Um dos principais prejuízos às pastagens e vegetações gaúchas, que inviabiliza a alimentação e reprodução de animais do campo como o gado, está prestes a ser erradicado no Estado. Responsável por afetar em pelo menos 40% o desempenho da pecuária gaúcha, o Capim Annoni 2 vem trazendo transtornos aos produtores gaúchos que começam a registrar perdas na produção e renda.
De acordo com dados da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), atualmente mais de dois milhões de hectares são afetados pelo parasita que ocorre pelo princípio da alelopatia, mecanismo que permite que a planta libere substâncias que inibem o crescimento de outras espécies ao seu redor.
Para combater a praga, o Projeto de Lei 258/2006, que trata do combate ao Capim Annoni 2, estará estabelecendo medidas para erradicação, bem como o treinamento técnico de profissionais ligados ao meio rural para o enfrentamento do problema. Nos últimos dias, um Grupo de Trabalho foi montado entre representantes da Emater, Embrapa, Ufrgs e Fepagro para debater o assunto.
Entre os principais itens que compõe o projeto, de autoria do deputado estadual Jerônimo Goergen (PP), estão o combate ao capim annoni nas feiras agropecuárias através da capina dos parques, instalação de rodolúvios e pulverização dos caminhões boiadeiros, promoção de campanhas de conscientização junto aos produtores e a abertura de linha de crédito para a aquisição de uma máquina especial que ajuda a eliminar a praga. Jerônimo ressalta que o objetivo é reforçar a idéia de prevenção: "é preciso prevenir a disseminação e reduzir a infestação nos campos de pastagens naturais pela planta da espécie "Eragrostis Plana Ness. Através da conscientização chegaremos lá", afirma o parlamentar.
Entre as medidas possíveis a serem adotadas está o mapeamento dos locais atingidos para plantação de árvores. Segundo a diretora da Fepagro, Zélia de Souza Castilhos, " a sombra de uma árvore elimina a reprodução do Capim Annoni 2 no pasto. Se isso não for combatido, a praga poderá afetar a biodiversidade da vegetação campestre, trazendo maior impacto ecológico", reitera Zélia.
O projeto de lei está para ser votado em plenário na Assembléia gaúcha na próxima semana. Um encontro já definido será durante a Expointer deste ano, onde os pesquisadores da Fepagro estarão em Esteio para colher dados e prestar esclarecimentos à representantes do setor rural.
(Por Alexandre Farina, Agência de Notícias AL-RS, 31/07/2008)