A expansão da mina de Corumbá (MS), da mineradora anglo-australiana Rio Tinto, poderá acelerar a implementação de um pólo siderúrgico na região. O diretor financeiro e de recursos humanos da empresa, Aloisio do Pinho Oliveira, disse que dois grupos têm negociações avançadas para instalar unidades de produção de aço no local. O novo pólo siderúrgico teria, segundo estudos de viabilidade desenvolvidos pela Rio Tinto, produção mínima de 1 milhão de toneladas/ano a partir de 2011.
"A expectativa é que haja uma definição sobre quem irá investir no pólo no primeiro semestre do ano que vem", afirmou o executivo.
Apesar de já ter gastado cerca de US$ 20 milhões nos estudos de viabilidade, a Rio Tinto não pretende ter qualquer tipo de participação no pólo siderúrgico. O interesse da empresa se resume no fornecimento do minério de ferro, matéria-prima para a produção de aço, e na prestação de serviços do porto Gregório Curvo, que terá a capacidade de escoamento de 1,5 milhão de toneladas duplicada, mediante custo de US$ 8 milhões.
Pinho explicou que a expansão da produção da mina de Corumbá, de 2 milhões de toneladas/ano para 12,8 milhões de toneladas/ano, está, em parte, reservada para o início das operações do pólo siderúrgico. E que o sucesso dessas unidades produtoras de aço vai impactar decisivamente os planos da Rio Tinto em relação à segunda fase de expansão de Corumbá, que poderá elevar a produção até 23,2 milhões de toneladas/ano.
"É melhor fornecer para cá, sem depender da logística. Mas temos contratos já fechados e outros encaminhados com consumidores no exterior, principalmente na Europa e Oriente Médio", observou.
Ainda está em análise qual fonte energética as empresas que ocuparão o pólo siderúrgico irão usar. Existe a possibilidade de utilização de carvão mineral ou de gás natural, apesar da escassez desse último insumo. Segundo Pinho, a Rio Tinto, buscando atrair empresas para o pólo, já conversou com dez interessados. Quatro deles, segundo o executivo, estão com estudos mais desenvolvidos, sendo que dois em estágio mais avançado.
(Por Cirilo Junior, Folha Online, 30/07/2008)