Cursos ensinam que a doméstica do século 21 deve ser uma pessoa preocupada com o impacto de suas ações na natureza
De nada adianta as crianças apagarem as luzes dos quartos, o pai desligar a TV da sala ou a mãe lavar a louça gastando o mínimo de água se a empregada fizer tudo ao contrário. A responsável por deixar a casa em ordem não pode ajudar a bagunçar o planeta.
Tatiana Lima, 25 anos, sabe muito bem disso. Ela trabalha em uma residência onde o assunto é considerado tão importante, que a patroa, a psicóloga organizacional Cintia Beatriz Arnt, decidiu lançar um curso sobre ele. As aulas dão dicas essenciais às empregadas sobre como preservar o ambiente e, muitas vezes, economizar.
Não se trata de um caso isolado, mas de uma tendência. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), por exemplo, é uma das instituições que têm oferecido em seus cursos de qualificação para domésticas a abordagem ambiental. Segundo Nara dos Anjos, do Senac Comunidade, em 2006 começou a ser aplicado o programa dos quatro "erres" (reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar) nas aulas.
Reciclagem de lixo e economia de água também são partes importantes do treinamento da HouseKeeper Consultoria, da Capital.
- O objetivo é reforçar o espírito de preservação, mostrar que a água vai acabar e que cada um tem seu papel nisso - afirma Luciana Lause, responsável pelo curso.
Outro benefício: quem cuida do ambiente nas tarefas domésticas recebe contas de luz e de água mais baratas. Fora isso, esse hábito facilita o trabalho da profissional. Cintia explica que uma faxina ecológica depende de planejamento - que, se bem feito, adianta o serviço de casa. É importante, também, que as alunas sejam multiplicadoras da idéia.
- Não são todas as patroas que têm consciência - diz Tatiana.
(Zero Hora, 31/07/2008)