Chen Xuejun sonha em ter um xampu com o frasco "100% biodegradável", graças a um plástico inventado pela empresa chinesa para a qual trabalha. "Atualmente somos os únicos que comercializamos o PHBV, um material derivado do amido, transformado em glicose e depois fermentado. Há muitas unidades de pesquisa e desenvolvimento no mundo, mas não outra fábrica", disse Chen, fundador da empresa Tianan Biologic Material de Ningbo, um porto de Zhejiang (leste da China).
Nem uma gota de petróleo entra na composição deste polímero biodegradável --a Tianan Biologic já tem uma capacidade de produção de 2.000 toneladas anuais. Ele é feito à base de milho. "Podemos utilizar todos os tipos de amido, mas, na China, o do milho não é muito caro", explicou Liu Hui, diretor de marketing da empresa.
Para provar o que estava falando, Chen colocou uma caixa em PHBV em água fervendo e mostrou que ela não sofreu dano algum. Depois, repetiu a operação, mas desta vez com uma caixa em outro tipo de polímero biodegradável, o PLA, que é ácido polilático também produto da fermentação de açúcares vegetais ou amido. Esta última, em contrapartida, ficou deformada.
"O PLA, cada vez mais usado para substituir as sacolas plásticas tradicionais, não suporta uma temperatura superior a 60ºC ", explicou Chen. O fundador da Tianan Biologic comprou uma patente da Universidade Tsinghua de Pequim. "Atualmente a tonelada custa 3.740 euros, mas espero que possamos reduzir este valor num futuro não muito distante, quando aumentarmos nossa produção", afirmou.
(France Presse, Folha Online, 31/07/2008)