Os agentes estão nas principais estradas por onde a madeira é transportada, no norte de Mato Grosso. "São três ou quatro viagens por semana. Está legalizado", diz um caminhoneiro.
A operação está concentrada no chamado "Polígono do Desmatamento", onde ficam 19 das 36 cidades que mais devastam na Amazônia. Por causa das grandes distâncias no estado, muitas vezes a fiscalização chega tarde demais.
Em uma área, várias árvores nobres foram cortadas ilegalmente. Onde antes existia floresta, estradas clandestinas foram abertas para retirar as toras.
Até em um assentamento do Incra, as equipes encontraram extração ilegal. Parte da madeira retirada sem autorização vai parar nas serrarias. Ao todo, 57 chegaram a ser fechadas pelo Ibama este ano.
Uma imagem retrata a situação do crime ambiental na região: 74 caminhões já foram apreendidos. A madeira equivale ao corte ilegal de sete mil árvores. A Polícia Federal afirma que a ação é comandada por quadrilhas organizadas.
Soldados da Força Nacional montam guarda no depósito para impedir o roubo das cargas apreendidas. As investigações revelaram que as quadrilhas falsificam documentos.
Originalmente, uma guia foi emitida para autorizar o transporte de sobras de madeira, mas uma outra via foi adulterada para permitir o transporte de angelim e cedro, espécies valorizadas no mercado.
"São pessoas que sabem que estão infringindo a lei e sabem que estão cometendo crimes. A idéia é chegar aos comandantes das organizações, que geralmente são as pessoas mais abastadas, que têm mais condição de organizar o crime", afirma o delegado da Polícia Federal, Roni Pereira.
(24 Horas News,
Amazonia.org.br, 29/07/2008)