Ambientalistas e entidades comunitárias de Porto Alegre estão se mobilizando contra a liberação da atividade mineradora no Lago Guaíba. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) já emitiu seis licenças prévias para empresas mineradoras.
A presidente do Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda e Vilas Conceição e Assunção, Maria Ângela Pellin, afirma que a atividade mineradora é uma das mais poluentes. Dessa maneira, colocaria em risco a saúde de três a quatro milhões de pessoas que bebem a água tratada que é captada no Lago Guaíba. Ela argumenta que o Rio Jacuí, onde já acontece a mineração, é um exemplo de impacto ambiental.
”Os mineradores do Baixo Jacuí, como não há mais condições de extrair areia do Baixo Jacuí, em função da degradação total, e a gente sabe que as Ilhas do Delta também estão de desmanchando, literalmente, por causa dessa atividade, as margens estão indo embora e árvores centenárias estão caído inteiras dentro do Guaíba e vêem parar nas margens na zona sul”, diz.
Além disso, segundo o Código Estadual do Meio Ambiente, a atividade de mineração não pode ser desenvolvida em locais de valor ambiental, paisagístico e turístico. Para Maria, a situação é controversa, uma vez que a prefeitura de Porto Alegre vem investindo altas quantias na despoluição do Guaíba.
“Nós queremos preservação ambiental, daquilo que é extremamente importante para nós, que é a água do Lago e que é abastecido por cinco rios que compõem essa bacia hidrográfica. Precisamos, inclusive, que o governo estadual passe a tratar a despoluição desses outros rios”, diz.
Para impedir que a Fepam libere a mineração no Guaíba, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Ong Mar de Dentro, Associação de Moradores do Sétimo Céu e o Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda e Vilas Conceição e Assunção enviaram carta de repúdio aos senadores gaúchos Paulo Paim, do PT, Pedro Simon, do PMDB, e Sérgio Zambiasi, do PTB. Elas pedem aos parlamentares que intervenham na questão.
(Por Paula Cassandra, Agência Chasque, 29/07/2008)