A apreensão do gado bovino na Estação Ecológica de Terra do Meio, no Pará, não respeitou o prazo de cinco anos, a partir de 2006, estipulado pelo próprio governo, para a desocupação da área pelos fazendeiros instalados da região. A afirmação é do prefeito de São Félix do Xingu, Denimar Rodrigues, ao deixar claro que não é contra as ações do Ministério do Meio Ambiente para regularizar as áreas protegidas e as demais terras que podem ser utilizadas para agropecuária.
“Muito pelo contrário, somos solidários. O município tem parceria com o Fundo Nacional de Meio Ambiente, no qual desenvolvemos um trabalho de zoneamento econômico e ecológico e a classe produtora também tem a consciência de manter o regime pluviométrico para manter o equilíbrio do nosso clima”, disse Rodrigues.
Para o prefeito, é importante que o governo, ao regularizar essas unidades de conservação, estabeleça um prazo maior. “O governo federal ficou muitos anos ausente dos problemas fundiários da Região Norte do país. E as invasões, grilagens e derrubadas da floresta ocorrem de forma desordenada e sem nenhum controle por parte dos órgãos oficiais”, assinalou Rodrigues, para quem um prazo de cinco anos seria o ideal para que os produtores deixassem essas áreas.
O prefeito de São Félix do Xingu adiantou que a retirada do gado da Reserva Ecológica de Terra do Meio não vai afetar a economia da cidade. “Queremos as unidades de conservação, mas em contrapartida o nosso produtor precisa ter condições de trabalhar essa transição agrícola e pecuária.”
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Agência Brasil, 28/07/2008)