Domingo (27), foi realizado em 11 dos 32 estados mexicanos um referendo consultando a população a respeito da reforma energética que o governo de Felipe Calderón quer implementar no país. Uma das medidas polêmicas é a entrada de capital privado nas atividades da estatal petrolífera mexicana, a Pemex. Os últimos números divulgados apontam a vitória do Não com 86% dos votos. O resultado definitivo sai hoje (29/07).
Diante da ameaça da privatização da empresa, a Frente Ampla Progressista - que reúne siglas de esquerda como os partidos da Revolução Democrática (PRD) e do Trabalho (PT) e o Convergência - resolveu fazer uma consulta com as seguintes perguntas: Você está de acordo ou não está de acordo que nessas atividades possam participar empresas privadas?; Você está de acordo ou não está de acordo com que se aprovem as iniciativas relativas à reforma energética que são debatidas atualmente no Congresso da União?.
Cerca de 870 mil pessoas participaram do referendo que não é obrigatório. A organização da consulta esperava 1,3 milhão de votantes. Os estados que participaram foram: México, Michoacán, Chiapas, Guerrero, Morelos, Tlaxcala, Baja California Sur, Veracruz, San Luis Potosí e Hidalgo.
O referendo é visto por analistaa como uma retomada da campanha contra o que López Obrador chama de "governo ilegítimo". Obrador afirmou, antes da realização do referendo, que se a população disser não à reforma energética, esta não vai ocorrer. Segundo Obrador, cerca de 200 mil brigadistas distribuídos pelo território nacional estão dispostos a defender o patrimônio do país.
Na proposta enviada por Calderón ao Congresso, está prevista uma associação estratégica com investidores de capital privado. Com argumentos de que os recursos petrolíferos no México estão esgotando-se, com uma queda de 27% nas reservas de petróleo do país de 2002 a 2007, o presidente afirma que a entrada de capital privado é urgente para o futuro da indústria do país, que necessita de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
(Adital, 27/07/2008)