A preocupação com os altos níveis de poluição na capital chinesa durante a realização dos Jogos Olímpicos, em agosto, levou o Comitê Olímpico Australiano (COA) a liberar nesta semana seus atletas para retornarem ao país caso os índices ameacem a saúde. A informação foi confirmada pelo vice-presidente da entidade, Peter Montgomery.
Conforme relatório apresentado pelo Greenpeace ontem (28/07) sobre o desempenho ambiental de Pequim, os atletas têm razão de estar preocupados com a qualidade do ar. "Há razões para que todos, incluindo os atletas e os organizadores, estejam preocupados com a qualidade do ar. As emissões de PM10 (pequenas partículas poluentes sólidas) não estão sequer nos padrões nacionais, o que dizer sobre os da OMS (Organização Mundial da Saúde)", questionou Lo Sze Ping, diretor de campanha do Greenpeace China.
Em Hong Kong, cidade sede das provas eqüestres, os níveis de poluição atingiram uma nova marca que, unida ao calor extremo, mataram nesta segunda-feira (28/07) uma mulher e hospitalizaram 91 idosos com problemas respiratórios, informou a imprensa local hoje.
Nos últimos anos, a China adotou várias medidas para tentar minimizar os efeitos da poluição na cidade. Nos últimos meses, mandou fechar ou diminuir a carga horária de trabalho das fábricas, suspendeu a realização de obras e, há uma semana, adotou o rodízio de automóveis, que deixará mais de um milhão e meio de carros sem circular até 20 de setembro. Ainda assim, durante este último domingo a cidade ficou coberta por 'nuvens' de poluentes e o Escritório de Controle Ambiental qualificou as condições do ar como 'desfavoráveis a pessoas sensíveis'.
O Greenpeace, de acordo com o diretor de campanha na China, "reconhece as conquistas na melhora da qualidade do ar na última década em Pequim. Mas a situação ainda não é suficientemente boa, era possível que fizessem mais", afirmou Lo.
(Por Tatiana Feldens, AmbienteJá, 29/07/2008)