O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, determinou neste domingo o afastamento do superintendente do Ibama de Rondônia, Oswaldo Luiz Pittaluga. Auditoria interna do Ibama, divulgada pelo jornal "O Globo", acusa Pittaluga de doar 36 motosserras e duas serrarias para o Movimento Camponês Corumbiara (MCC) , entre outras irregularidades. Ligado ao PT, Pittaluga estava no cargo desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A demissão de Pittaluga foi acertada entre Carlos Minc e o presidente do Ibama, Roberto Messias.
- Dizem que o movimento é parceiro, aliado. Tipo assim : os latifundiários não podem desmatar, mas nossa turma pode. Isso é totalmente contraditório com minha gestão - disse Minc.
O ministro disse que já sabia do resultado da auditoria, mas decidiu exonerar Pittaluga do cargo depois da divulgação da reportagem sobre o assunto na edição deste domingo do "Globo". Para Minc, fora de posto de comando, Pittaluga terá todas as condições para se explicar até o final da sindicância interna.
O superintendente será substituído por um técnico de carreira do próprio Ibama. O nome deve ser anunciado ainda nesta segunda-feira por Roberto Messias. Para Minc, a política de proteção ambiental está em situação delicada e, por isso, não seria esperar a conclusão da sindicância para deliberar sobre a permanência de Pittaluga no cargo.
- Tivemos que tomar a decisão logo. É meio complicado ficar assim. Estamos em meio a uma guerra contra o desmatamento - afirmou.
O MCC é uma dissidência do MST e foi o responsável pela ocupação da fazenda Santa Elina, em agosto de 1995, em Corumbiara, que resultou num massacre e mortes de sem-terras. A auditoria concluiu que Pittaluga favoreceu o movimento e descumpriu uma série de critérios de doação de bens apreendidos.
Pittaluga negou que tenha cometido irregularidades, mas admitiu que pode ter sido induzido a erro pela comissão de doação, formada por servidores de carreira do Ibama.
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Gazeta do Povo, 28/07/2008)