A Rede Manglar e suas articulações em 12 países do mundo estão realizando diversas atividades em celebração ao Dia Internacional de Defesa dos Manguezais, comemorado amanhã (26/07). Sob o lema "Não mais morte, não mais miséria, não mais carcinicultura, viva o Mangue!", a rede pretende denunciar publicamente os graves problemas de violações sistemáticas de direitos humanos gerados por projetos de carcinicultura, industriais, pesqueiros, turísticos, entre outros.
"Esse dia é um momento de denúncia, em que os movimentos sociais e ambientais tentam divulgar os impactos que esses ecossistemas sofrem, não só aqueles provocados pelos projetos de criação de camarão em cativeiro, mas também pelo setor imobiliário", ressalta Luciana Queiroz, do Instituto Terramar e integrante da Rede Manglar.
Segundo Luciana, a conservação do ecossistema dos manguezais é vital para a sobrevivência das comunidades tradicionais, que tiram seu sustento daquele ambiente: "Acreditamos que o lucro dos empresários e o empobrecimento das comunidades se configuram como um exemplo de injustiça ambiental".
No Ceará, Luciana ressalta que a luta dos movimentos sociais e ambientais está em um novo momento, por causa da crise econômica enfrentada pela carcinicultura, desde 2003, que vem abandonando os mangues. No estado, estão programadas diversas atividades. Em Fortaleza, o Movimento dos Conselhos Populares (MCP) realizará amanhã um dia de ação no manguezal do Parque Água Fria com trilha ecológica e mutirão de limpeza no mangue.
Hoje (25), os movimentos entregaram uma representação ao Ministério Público Federal para pedir a reparação de danos ambientais causados pelas fazendas de criação de camarão em cativeiro nas comunidades de Curral Velho (Acaraú) e do Cumbe (Aracati). Segundo um estudo publicado em 2005 pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), 20% dos mangues do mundo desapareceram nos últimos 25 anos. No México, esse índice chega a 65% nos últimos 20 anos.
(Adital, 25/07/2008)