Em período de campanha eleitoral, um dos principais problemas da cidade volta à tona em busca de soluções. Apesar de ter obras em andamento, o saneamento básico oferecido à comunidade rio-grandina ainda preocupa. No momento, o serviço é inadequado em 77% das residências. Há poucos meses, a Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) anunciou o fechamento da superintendência regional, com sede na cidade. A questão é polêmica e deve ser resolvida pela próxima administração municipal. Questionados sobre suas propostas para o segmento, os candidatos a prefeito falaram sobre seus planos para o setor.
Atualmente apenas 23% das residências que possuem ligações de água contam com coleta de resíduos e tratamento de esgoto. A ampliação da rede coletora teve início neste mês. Porém, mesmo com o término da obra, metade da população do município ainda sofrerá com os problemas de saneamento. Estima-se que, após a conclusão, a cobertura dos serviços chegue a 50% das residências.
Os R$ 20 milhões necessários à reforma foram liberados no ano passado. Os recursos foram conquistados através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Caixa Econômica Federal. Até o momento, 200 metros de tubulação já foram instalados na rua Allan Kardec. Cinco lotes estão previstos no projeto. Estão incluídos os bairros Cidade Nova (entre as ruas Marechal Deodoro e Domingos de Almeida), Getúlio Vargas, Santa Tereza e Navegantes, que até então contam com esgoto misto, que utiliza tanto o escoamento pluvial quanto o cloacal.
Candidatos à prefeitura apresentam suas propostas
Fábio Branco - Pretende dar continuidade ao projeto de saneamento que é desenvolvido na cidade, com destaque para pavimentação, fechamento de valetas, macro e microdrenagem, e ao programa de obras que serão desenvolvidas através do financiamento junto ao Banco Mundial no valor de R$ 26,5 milhões, que será efetivado no ano que vem. Quer intensificar o uso de novas tecnologias de pavimentação e tem como meta rever o contrato de concessão dos serviços de água e esgoto junto à Corsan, que termina em 2013.
Luiz Carlos Soares Pereira (PSOL) - O partido tem como prioridade modificar a situação do saneamento. Propõe a discussão de um cronograma para instalação de água e esgoto em 100% da área urbana junto aos governos Federal e Estadual, planejando desde já a futura expansão urbana. Considera que é preciso rever seriamente a questão da ETE Navegantes, que vem causando transtornos aos moradores do Parque Marinha, e cobrar firmemente da Corsan uma solução definitiva. O candidato considera que a questão do saneamento básico tem sido negligenciada por décadas, em todos os níveis.
Antônio Libório Philomena (PV) - Os planos do partido em relação ao saneamento objetivam chegar a 100% do esgoto tratado. O projeto será prioritário, já que as conexões estão relacionadas com saúde, pesca, turismo e lazer. O tratamento será feito em pequenas estações, descentralizadas e proporcionais ao bairro atendido. A ETE Navegantes será totalmente redesenhada. Cuidado especial será dedicado ao cumprimento da lei que proíbe aterros com lixo e a efluentes industriais que venham prejudicar os ecossistemas aquáticos e a população com poluição orgânica.
Dirceu da Silva Lopes (PT/PCdoB/PTC e PCB) - A coligação tem como objetivo atingir 100% de residências servidas por água potável. Prevê ação integrada que una o asfaltamento com infra-estrutura, em especial a do esgoto pluvial. Assume o desafio de investir expressivamente em saneamento, principalmente no fechamento total das valetas a céu aberto. Pretende construir o Plano Municipal de Infra-estrutura e Saneamento Básico com a participação de toda a sociedade rio-grandina. Salienta que Rio Grande deve estar atenta às dificuldades estruturais hoje enfrentadas.
Rubens Goldenberg (DEM) - O candidato teve igual oportunidade em relação aos demais para divulgar informações sobre os seus projetos relativos ao saneamento. Porém, o material não foi enviado.
(Por Analu Ribeiro, Diário Popular, 27/07/2008)