O coordenador da Subcomissão Mista da Energia Eólica da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Alberto Oliveira (PMDB), lamentou na sexta-feira (25/07) que a inércia do governo federal em criar um marco regulatório para a energia eólica, com leilões específicos para o setor, tenha provocado a desistência do Grupo Fortuny de participar de leilões para fontes de geração de energia.
Ele lembrou que as disputas dos empreendimentos, programadas para o mês de agosto, serão comercialmente inviáveis para os investidores do segmento de energia eólica sem a realização de um leilão específico para o segmento. “Já estivemos por duas vezes com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que também esteve visitando o Estado, alertando para a necessidade urgente de criação de regras específicas para esta área, visando à instalação de parques eólicos no Rio Grande do Sul, especialmente na região da Fronteira Sudoeste”, avisou.
Ele alertou também que o Rio Grande do Sul poderá perder investimentos da ordem de 500 milhões de dólares pela falta de sensibilidade do governo federal em direcionar ações para o setor eólico, optando por outras fontes de energia, como a nuclear, além de projetos para as regiões de Santa Rosa e Santo Ângelo, Aparados da Serra, e da duplicação do já existente em Osório. “A licença prévia para a construção da Usina Nuclear de Angra 3 foi concedida nesta semana, enquanto que empreendimentos eólicos ainda aguardam definições jurídicas e decisões políticas nacionais”, destacou.
O presidente da Subcomissão reiterou ainda que o Brasil precisa investir na geração de energias limpas, especialmente a eólica, seguindo os exemplos dos Estados Unidos e de países da Europa, sob pena de sofrer uma grave crise energética nos próximos anos. “Além de contemplarmos um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, a construção de um parque eólico demanda um terço do tempo da construção de uma usina hidrelétrica”, enfatizou.
(Por Neusa Santos, Agência de Notícias AL-RS, 25/07/2008)