Quatro anos depois dos primeiros testes em laboratório, a Agência Espacial Norte-americana (Nasa) finalmente tentará colocar em órbita uma sonda espacial para testar o conceito de propulsão solar, uma técnica que utiliza a luz do Sol, em vez de combustíveis, para impulsionar naves e sondas espaciais.
Propulsão solar
O conceito de propulsão solar, ou propulsão com velas solares, divide a comunidade científica: há aqueles que apostam que vai funcionar e há outros que afirmam que tudo não passa de desperdício de dinheiro.
A primeira tentativa de comprovar que os fótons têm momento suficiente para impulsionar uma espaçonave falhou quando a Cosmos 1, construída pela Sociedade Planetária Internacional, caiu no mar depois que o foguete russo Volna que a levava ao espaço falhou.
NanoSail
Agora a Nasa vai tentar tirar a história a limpo. A NanoSail-D, uma minúscula sonda espacial pouco maior do que um pacote de pão-de-forma está com o lançamento agendado para o próximo dia 29.
A NanoSail-D é extremamente simples: sua área interna é dividida entre a vela solar propriamente dita e uma parte eletrônica, constituída por um computador muito simples, o sistema de transmissão de rádio e as baterias.
Velas solares
A vela solar é feita de um polímero especial finíssimo, sobre o qual foi aplicada uma cobertura de alumínio. Ao entrar em órbita, a sonda automaticamente liberará a vela, que se abrirá formando um retângulo com pouco menos de 10 metros quadrados de área (100 pés quadrados).
"A propulsão por velas solares, se ela fizer o que promete, deverá permitir missões espaciais fundamentalmente diferentes, impraticáveis ou até mesmo impossíveis de se fazer com os propelentes convencionais," explica Mark Whorton, coordenador da missão.
"Por exemplo, as velas solares poderão fornecer um empuxo contínuo para que uma pequena espaçonave faça determinadas manobras, como flutuar em um ponto fixo entre a Terra e o Sol. Nós poderemos colocar uma espaçonave num determinado ponto entre a Terra e Sol, mais perto do que é possível hoje, que fornecerá alertas mais rápidos sobre a ocorrência de tempestades solares," diz ele.
(Inovação Tecnológica, 25/07/2008)