Poucos recursos e graves problemas povoam a vida da catadora de lixo, desempregada, Célia Regina Mello Soares, de 46 anos. A situação difícil agravou-se há dois anos, quando ela assumiu a guarda de uma menina soropositiva de 7 anos e de um menino de 4, abandonados pela mãe.
Célia conta que apenas a caridade de amigos e vizinhos do bairro Cabo Luiz Quevedo, doações eventuais do Guapa e Centro de Orientação e Apoio Sorológico permitem a sobrevivência do grupo. A menina e os outros quatro familiares vivem em uma casa de chão batido, de 16 metros quadrados, na periferia, sobre cobertores e cartões. As paredes, improvisadas com folhas de zinco, pouco protegem. Célia diz não saber por que não foi incluída no Programa Bolsa-Família.
Segundo a coordenadoria do Departamento de Associados com Deficiências Crônicas da Acessu, não há médicos infectologistas, pediatras e otorrinolaringologista credenciados. Um conjunto de problemas enfrentados pelos soropositivos, além da discriminação natural da doença.
(Correio do Povo, 27/07/2008)