O ex-ditador cubano Fidel Castro afirmou que Cuba está satisfeita com a decisão da Coréia do Norte tenha posto fim ao seu programa de armas nucleares, uma decisão que disse representar um gesto desse país "para a China, e não para os Estados Unidos".
"A declaração da Coréia do Norte sobre a disposição de suspender seu programa de armas nucleares nos satisfaz. Isto não tem nada a ver com os crimes e chantagens de Bush, que agora se gaba da declaração coreana como um sucesso de sua política de genocídio", afirmou Castro em artigo publicado hoje na imprensa local.
O líder cubano disse que "o gesto da Coréia do Norte não era para o governo dos Estados Unidos, perante o qual nunca cedeu, mas para a China, país vizinho e amigo, cuja segurança e desenvolvimento é vital para os dois Estados".
"Quando aconteceu, há cerca de um ano, o teste pertinente, transmitimos ao governo da Coréia do Norte nosso ponto de vista sobre o dano que isso poderia ocasionar aos países pobres do Terceiro Mundo que travam uma luta desigual e difícil contra os planos do imperialismo", afirma.
Castro, que completará 82 anos no próximo mês, afirmou que "interessa aos países de Terceiro Mundo a amizade e cooperação entre a China e as duas partes da Coréia", embora a união dessas duas nações não tenha que ser feita "necessariamente uma a custa da outra, como ocorreu na Alemanha".
"Passo a passo, sem pressa, mas sem descanso, como corresponde à sua cultura, continuará tecendo os laços que unirão as duas Coréias", acrescenta.
O programa de desnuclearização da Coréia do Norte inclui um mecanismo de verificação do arsenal desse país e o compromisso de Pyongyang de desmantelar seu principal reator em outubro.
A Coréia do Norte comunicou aos EUA, em meados de julho, o fechamento de seu reator nuclear em Yongbyon, depois que Pyongyang entregou à China a declaração sobre suas atividades e instalações nucleares.
(Folha online, com informações da EFE, 25/07/2008)