(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
desmatamento
2008-07-25

Corte de 38 espécies nativas onde será construído novo prédio do Ceat foi autorizado por órgão competente

O corte de 38 espécies de árvores nativas em terreno da Rua Bento Gonçalves, esquina com Alberto Torres, ao lado dos prédios da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), desagradou a muita gente. Desde o começo da semana, mensagens com críticas à eliminação de espécies como araucária, ipê e jerivá circulam entre e-mails e blogs. A retirada da vegetação ocorreu porque o Ceat irá construir no local um prédio com 13 mil metros quadrados para abrigar os alunos do Ensino Médio.

Nas mensagens, também remetidas à direção do Ceat e à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, questiona-se, inclusive, o critério de escolha da empresa responsável pelo projeto. A crítica refere-se à prorrogação da data da entrega do estudo no dia estabelecido para a apresentação do projeto, sem o consentimento dos participantes. A titular da pasta, Simone Schneider, informa que o corte das árvores nativas e exóticas foi autorizado pelo órgão. Segundo ela, como compensação, o Ceat comprometeu-se a plantar no período de um ano, 570 mudas nativas. "Desse montante, 120 ficarão no próprio educandário e 450 em um terreno da instituição, localizado entre os bairros Alto do Parque e Hidráulica", explica. Simone esclarece ainda que a única árvore do local que por lei era imune à derrubada é uma figueira, que foi transplantada para outra área do próprio colégio.

Sobre a araucária, muito comentada nas mensagens on-line, Simone explica que a espécie teve de ser retirada porque o projeto prevê a construção de um estacionamento no subsolo, o que prejudicaria a estrutura da planta. A secretária do Meio Ambiente frisa que o Ceat não poderia levantar o prédio na área onde fica o seu campo de futebol porque é passível de enchente. "Nesse caso existe um impeditivo legal."

Saiba mais
O Informativo do Vale entrou em contato com o Ceat. No entanto, a informação na secretaria foi de que todos os integrantes da comissão responsável pela construção do prédio estavam em férias. Apesar da insistência, a funcionária solicitou um novo contato apenas na terça-feira.

Opinião do leitor
Um dos primeiros a se manifestar sobre o corte das árvores foi o escritor lajeadense Ismael Caneppele. Abaixo segue trecho do texto escrito por ele sobre o episódio.

Com o filme foi-se o bosque
As filmagens do longa-metragem baseado no meu segundo livro, Os Famosos e os Duendes da Morte, chegaram ao fim aqui em Lajeado. (...) Eu deveria estar feliz. Mas não estou. Caminhar por Lajeado me encheu de uma tristeza profunda. (...) Descendo a Rua Bento Gonçalves, quase na Alberto Torres, o céu parecia mais nítido. Alguma coisa parecia diferente na paisagem. De longe era um pouco complicado entender o que estava diferente.

Alguns passos foram o suficiente para que eu entendesse a gravidade daquela estranha visão. Alguém havia roubado um pedaço da nossa paisagem. Alguém havia tirado de nós o nosso bosque. Não importa quem seja o dono. Não importa no nome de quem estava a centenária araucária localizada no exato ponto em que a Bento Gonçalves se encontra com a Alberto Torres. Não importa dar nome aos bois. Nem aos burros. Nem aos ignorantes.

A araucária não está mais lá. Junto com ela foi-se o bosque. Junto com o bosque foi-se uma paisagem. Junto com a paisagem foi-se mais um pedaço de Lajeado. Mais um pedaço de mim. Mais um tanto da nossa história (...)

(Por Ermilo Drews, O Informaivo do Vale, 25/07/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -