Negócio atende 26 bairros e transporta encomendas de até dois quilos
Em vez de motoboy ou motogirl, bikeboy ou bikegirl. De olho em clientes preocupados com a questão ambiental, uma nova empresa de entregas, a Bike-Entrega, opera desde segunda-feira na capital gaúcha utilizando apenas ciclistas para realizar o serviço.
Segue uma tendência crescente em outras cidades do país e no Exterior, como em Porto Alegre já ocorre com a entrega de galões de água mineral por algumas empresas.
Na Capital, a Bike-Entrega atende a 26 bairros próximos à região central. As entregas são feitas em um raio de até quatro quilômetros da sede, no bairro Santa Cecília, e cada entregador pode transportar até dois quilos de encomenda, levados em uma mochila. O valor mínimo cobrado pelo serviço é de R$ 7, e o máximo, de R$ 14.
O gerente da Bike-Entrega, Cristhiano Baldi, explica que o preço depende da distância e só fica mais caro do que a média cobrada pelas empresas de motoboys nos casos de corridas longas.
Para o presidente da Associação Ciclística Zona Sul, Paulo Roberto Alves, em distâncias de até 15 quilômetros, a entrega por bicicleta pode ser tão eficiente como a por motocicleta, com pouca ou nenhuma perda de tempo. Em São Paulo, uma empresa que trabalha somente com ciclistas, a Bike Courier, atende a toda a cidade: cada entregador pedala em média 140 quilômetros por dia. Criado há 10 anos, o negócio começou com três bikeboys e hoje tem cerca de 30 profissionais que atendem 500 clientes regulares.
Falta de infra-estrutura no trânsito traz dificuldades
A nova empresa porto-alegrense começa com três bikeboys e uma bikegirl. Themis do Valle é a garota do grupo. Seduzida por uma remuneração melhor e a possibilidade de passar o dia se exercitando ao ar livre, a jovem largou o emprego como secretária de um escritório de advocacia Até então, bicicleta para ela era sinônimo de lazer. Agora, é trabalho.
- Nossa maior dificuldade é que as pessoas não obedecem à lei que prevê uma distância de 1,5 metro do carro para a bike. Ninguém respeita. Ontem (terça-feira), eu quase fui atropelada. É preciso ciclovias na cidade - afirma.
A dificuldade de infra-estrutura para bicicletas na Capital foi o motivo para o restaurante China In Box da Anita Garibaldi suspender o serviço de bikeboys que operou entre 2005 e 2006, relata o diretor de marketing da franquia na região sul, Valter Otsuka.
(Por Sebastião Ribeiro, Zero Hora, 24/07/2008)