A Prefeitura de Portão tem uma semana para apresentar ao Ministério Público providências visando à remoção de moradores da área supostamente contaminada por pesticidas na vila São Jorge. Também deverá apresentar um plano de remediação do local atingido. As ações emergenciais para solucionar o problema, que atinge cerca de 300 famílias, foram definidas em reunião na promotoria do município, envolvendo técnicos da Fepam, Secretaria Estadual da Saúde e Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
A diretora-presidente da Fepam, Ana Maria Pellini, disse que apenas uma família encontra-se em risco emergencial e, por isso, há necessidade de remover os moradores da residência localizada na rua São Jorge, 2853. No local, vivem há mais de 20 anos o aposentado Maurílio Vieira de Souza, 43 anos, e sua mulher, Leonir Silva Souza, de 39. O marido está aposentado por invalidez desde que perdeu os movimentos da mão direita. Conforme Maurílio, após entrar em contato com o veneno, quando construía o piso da casa, começou a ter dificuldade de coordenação em um dos braços. A filha do casal, de 14 anos, também apresenta problemas de saúde.
Em outubro de 2004, a adolescente contraiu hepatite A e continua em tratamento no Hospital Mãe de Deus em razão de fortes dores de cabeça e convulsões. Na carteira de saúde da jovem, médicos aconselham a família a deixar a residência, devido ao forte cheiro exalado pelo veneno, principalmente em dias de chuva e calor. Na última segunda, a reportagem da Rádio Guaíba, TV Record e Correio do Povo acompanhou a remoção de garrafas com veneno desenterradas do pátio de uma casa na área rural de Portão. O MP investiga os responsáveis pelo depósito irregular de produtos tóxicos.
(Correio do Povo, 24/07/2008)