Na sessão ordinária desta terça-feira (22/07), o vereador de Caxias do Sul Alfredo Tatto utilizou a tribuna para criticar o corte de 630 árvores no parque de Exposições Mário Bernardino Ramos, promovido pela Prefeitura Municipal, com o intuito de construir uma cancha de rodeios no local. O parlamentar duvidou que os tradicionalistas concordem em desmatar centenas de árvores, e disse que nada justifica a derrubada de 630 árvores.
A vereadora Geni Peteffi argumentou que o parque de rodeios vai ser feito naquele local para facilitar o acesso da população, que poderá ir a pé ou de ônibus. Segundo ela, as pessoas de baixa renda não têm como ir ao interior do município porque é muito distante e caro. A líder do governo informou que a Prefeitura tem a intenção de fazer uma passarela ligando o parque da Festa da Uva ao loteamento Horn, que fica em frente a entrada dos pavilhões. Assim poderá ser acessada também uma área verde ali existente.
Opinou também o vereador Mauro Pereira, comentando que infelizmente para que o homem sobreviva ocorre o desmatamento e exemplificou dizendo que se na administração anterior não tivessem cortado árvores da praça não haveria hoje uma praça bonita. O parlamentar vibrou destacando que a cidade vai ter o melhor e mais sofisticado parque de rodeios do Rio Grande do Sul.
Para o vereador Deoclecio da Silva ninguém é a favor do corte de árvores. Ele opinou que os colegas que defendem as questões ambientais deveriam se preocupar com a situação da Amazônia, segundo dados do parlamentar, naquele estado é desmatada uma área equivalente ao estado do Rio de Janeiro por ano.
O vereador Francisco Spiandorello ressaltou que o Rio Grande do Sul é o estado de maior cobertura florestal do país e Caxias do Sul é o maior centro de tradições gaúchas do mundo. Na concepção do parlamentar, a cidade deve ganhar muito com a realização de eventos no local, que inclusive vão movimentar o turismo e incentivar a formação de jovens tradicionalistas.
Na opinião do vereador Pedro Incerti, o Poder Executivo agiu dentro da legalidade porque existe licença ambiental para o corte das referidas árvores. Incerti defendeu que os tradicionalistas merecem um espaço privilegiado pela simpatia dos caxienses com o movimento, que em sua maioria optou pelos pavilhões da Festa da Uva.
O vereador Alfredo Tatto voltou a discursar destacando que enquanto membro da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara não tomou conhecimento de que a mesma foi consultada para opinar sobre o local escolhido, que implicou no corte das árvores.
(Ascom Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, 22/07/2008)