O conselheiro de Assuntos Políticos do Greenpeace para o Sudeste Asiático, Arief Wicaksono, afirmou que 85% do dióxido de carbono (CO2) emitido pela Indonésia na atmosfera tem origem nas queimadas florestais. Wicaksono disse que os incêndios florestais na Indonésia são um método 'rápido' e 'barato' de expandir a área de plantio na selva e atribuiu a culpa ao 'mau Governo', citando a falta de coordenação entre os diferentes níveis da administração e o excesso de burocracia.
'As empresas estão obtendo grandes lucros graças ao desgoverno', afirmou Wicaksono, que defendeu uma paralisação na transformação dos terrenos até que se estude o problema e se encontrem soluções comuns. As queimadas estariam relacionadas com a expansão das áreas de cultivo do país.
Segundo o conselheiro ainda, recentemente, a Indonésia se tornou o terceiro maior emissor de gases que causam o efeito estufa do mundo - atrás apenas da China e dos Estados Unidos. A Indonésia é o maior produtor mundial de óleo de palma e teve lucro de US$ 7,87 bilhões em 2007, segundo dados do Ministério da Agricultura.
O país teve também a maior taxa de desmatamento do globo entre 2000 e 2006, com 1,1 milhão de hectares de floresta perdidos ao ano, ou 125 campos de futebol por hora. Nos últimos dois anos o ritmo da devastação tem desacelerado. Os ecologistas atribuem o desmatamento ao desenvolvimento econômico sem planejamento, ao crescimento demográfico, a extensão de áreas de cultivo, além da exploração de recursos minerais e florestais.
(Efe, Folha Online, 23/07/2008)