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passivos do petróleo
2008-07-23

Durante mais de 35 anos, os pescadores e os ecologistas opuseram uma resistência ferrenha aos seus projetos. Mas a indústria petroleira norueguesa obteve finalmente a autorização para retomar suas explorações nos arredores das ilhas Lofoten, ao noroeste do país, numa das áreas consideradas mais sensíveis para o bacalhau. No início de julho, quando a temporada da procriação estava apenas terminando, o segundo e mais vasto programa de estudos sísmicos em três dimensões foi deslanchado em volta dessas ilhas de grande beleza e frágeis. Ele tem uma duração prevista de um mês.

Sob a coordenação da OD, que dirige o consórcio norueguês do petróleo, o navio Atlantic Explorer, que inicialmente sofrera um atraso por conta de um incêndio, conseguiu dar início à campanha de levantamentos geológicos, que consiste em emitir ondas cujas ressonâncias permitem elaborar a cartografia do planalto oceânico.

Este procedimento é vivamente criticado pelos ecologistas e os pescadores, que formam uma frente comum. Mas esta é apenas a fase preliminar de uma batalha mais vasta, que deverá ser um dos temas principais da campanha das eleições legislativas de 2009, e que, na opinião de alguns observadores, representa o grande combate ecológico da década.

"Nós esperamos que esta zona nunca seja liberada para a exploração", adverte Anne-Beth Skrede, uma especialista do WWF, o Fundo Mundial para a Natureza. "Nós estamos muito revoltados, mas o governo está sob a influência da indústria petroleira". Nils Myklebust, um responsável do distrito de pesca de Sogn e Fjordane, acusou o primeiro-ministro trabalhista, Jens Stoltenberg, de mentir e de reescrever a História ao alegar, para justificar a liberação da prospecção nas ilhas Lofoten, que as atividades no Mar do Norte nunca haviam sido objetos de tensão entre companhias petroleiras e pescadores.

Coalizão dividida
"É uma região que exerce um papel importante demais na primeira etapa da vida do bacalhau", assegura Erik J. S. Olsen, do Instituto de Pesquisas do Mar, em Bergen. "Caso ocorresse um acidente, por menor que fosse, isso poderia aniquilar as reservas deste peixe por muito tempo. O mesmo acontece com o arenque, que se reproduz mais ao sul, mas que também migra ao longo do litoral, passando pelas ilhas Lofoten, durante um estágio ainda sensível do seu desenvolvimento".

Atualmente, a indústria petroleira andou batendo recordes de investimentos no Mar do Norte. Mas o pico de produção nesta região já foi ultrapassado e, por conta disso, as companhias vinham reclamando há anos a liberação das Ilhas Lofoten para a sua prospecção, prometendo, entre outros, a criação de empregos, além de repercussões econômicas vantajosas calculadas em dezenas de milhões de coroas.

"É uma ingenuidade pensar que o petróleo irá criar prosperidade na região", rebate Marius Holm, da organização ecologista Bellona. "Nas ilhas Lofoten, as pessoas não confiam mais na indústria petroleira. Os pescadores pensam que a indústria, graças ao apoio do governo, faz o que ela bem entende". De fato, o governo atual é aquele que distribuiu a maior quantidade de concessões para o desenvolvimento da exploração petroleira, segundo constata Ingeborg Gjærum, da organização Natureza e Juventude.

A coalizão governamental está dividida em relação à questão. O Partido Trabalhista, do qual é oriundo o primeiro-ministro, está de mãos dadas com a indústria petroleira, a qual tem um adversário feroz no Partido Socialista de Esquerda (SV). Neste quadro, o Partido Centrista, que optou por manter-se em posição de espera, exerce o papel de árbitro.

"As pessoas estão começando a ficar preocupadas, uma vez que a imagem das ilhas Lofoten corre o risco de ser comprometida pela chegada da indústria petroleira", se insurge Inga Marte Thorkildsen, uma deputada do SV. O Plano de administração das ilhas Lofoten e do Grande Norte, que havia protegido as ilhas de toda exploração petroleira, será renegociado em 2010. "Esta será a grande batalha das próximas eleições legislativas", garante Inga Marte Thorkildsen.

(Por Olivier Truc, Le Monde, UOL, 23/07/2008)


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