Três dos cinco Grupos de Acompanhamento dos Debates do programa Sociedade Convergente reuniram-se nesta segunda-feira (21/07), na Assembléia Legislativa gaúcha. Quatro palestrantes falaram sobre o modal hidroviário e a questão portuária no Grupo de Infra-estrutura – Transportes, no início da tarde, na sala Maurício Cardoso. "Tivemos um dos mais ricos encontros até agora", avaliou um dos coordenadores, o diretor da Secretaria de Infra-estrutura e Logística (Seinfra), Paulo Lomando.
Os integrantes dos Grupos de Infra-estrutura – Saneamento e Desenvolvimento Harmônio, Sustentável, Social e Econômico, em reuniões relizadas respectivamente às 14h e às 17h, combinaram a sistemática de trabalho para a elaboração de uma síntese do documento base.
Transportes
O diretor do Porto do Rio Grande, Carlos Renato Rodrigues, resumiu a ação estratégica para consolidar a posição do Porto do Rio Grande entre os portos do país. Ele destacou, entre as obras necessárias, a dragagem para aprofundamento do canal e a obra para extensão dos moles. Também apontou a necessidade de melhorar a sinalização dos canais de acesso e a continuidade da modernização do cais do Porto Novo. "Vivemos um momento de euforia, pois muitos empresários querem investir no Porto, e de angústia porque a nossa infra-estrutura não comporta o que está sendo proposto", analisou Rodrigues.
A necessidade de ligação a seco entre Rio Grande e São José do Norte e a duplicação da ligação entre Rio Grande e Pelotas foram apontadas como alguns dos gargalos. Segundo o palestrante, está previsto para o Porto o investimento de R$ 1 bilhão, somando o capital público e privado. "Dobramos o movimento, a operação de carga, entre 2001 e 2007, passando de 13 milhões de toneladas para 27 milhões, utilizando a mesma infra-estrutura. A previsão para os próximos sete anos é dobrar novamente esse valor. Nossa infra-estrutura não irá agüentar", previu Rodrigues.
O sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul foi tema da explanação do representantes da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) Roberto Laurino. Ele explicou que a Secretaria de Infra-estrutura e Logística coordena o SPH e a Superintendência do Porto de Rio Grande. "Temos 930 quilômetros de hidrovia navegável no Estado que levam ao Porto de Rio Grande", revelou.
Já Miguel Pires, da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), defendeu que os terminais portuários sejam privados ao falar sobre o transporte hidroviário interior. "Gerar cargas junto a hidrovias significa desenvolver o sistema", afirmou. "Sentimos a dificuldade do Estado em sustentar a infra-estrutura hidroviária. Temos que pensar neste sentido", propôs. Ele falou que a Bacia do Sudeste, localizada no Rio Grande do Sul, foi a primeira a conviver harmonicamente com a questão do transporte de cargas perigosas. "Nunca tivemos acidentes", disse.
O representante do Sindicato dos Conferentes do Rio Grande do Sul, André Silva Pinto, lembrou que "entre os principais modais de transporte, o rodoviário é o mais caro e o hidroviário o mais barato". E lamentou: "Infelizmente, a matriz do Estado está baseada no modal mais caro".
A reunião teve a presença do deputado Sandro Boka (PMDB).
Saneamento
Durante o encontro do Grupo de Infra-estrutura – Saneamento os integrantes combinaram a forma como será resumido o relatório entregue ao Colégio Deliberativo. A síntese do documento, que não deverá ultrapassar dez páginas, é que será levada aos debates no Interior. "Acho importante que possamos, numa próxima etapa, combinar os relatórios dos cinco grupos para planejar uma ação conjunta, pois acredito que o todo seja maior do que a soma das partes", defendeu um dos coordenadores e relatores do documento, Luiz Carlos Zubaran, que representa a bancada do PSB.
Desenvolvimento Harmônico
O Grupo do Desenvolvimento Harmônico, Sustentável, Social e Econômico também trabalhou na síntese do documento solicitada pelo órgão máximo do Sociedade Convergente. A partir de uma solicitação repassada pelo diretor do Fórum Democrático, João Gilberto Lucas Coelho, os participantes receberam a missão de reduzir de 60 para, no máximo, 15 páginas o material produzido. A reunião foi coordenada pela representante da Ocergs, Adriana Yamasaki.
(Por Vanessa Lopez, Agência de Notícas AL-RS, 22/07/2008)