A Comissão Européia (CE) e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair mostraram estar confiantes de que a conferência de Copenhague de 2009 conseguirá um acordo sobre mudança climática para dar seguimento ao período após o Protocolo de Kyoto, que acabará em 2012.
"Estou mais convencido do que nunca em um acordo", afirmou o presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, na coletiva de imprensa concedida ao lado de Blair. A cúpula do Grupo dos Oito (G8, sete nações mais ricas do mundo e a Rússia) fechou um acordo para reduzir pela metade as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 2050.
A medida foi qualificada de "grande avanço" por Barroso, embora os ecologistas ainda achem insuficiente. "É necessário vê-lo de uma perspectiva e não esquecer que muitos membros do G8 ainda estavam discutindo sobre objetivos vinculativos e agora se conta com um acordo", disse o presidente da CE.
Além disso, disse que "é muito importante que a Europa mantenha seus compromissos, já que seria muito prejudicial para sua credibilidade se agora desse mostras de retrocesso". Já Tony Blair, ressaltou que a mudança climática é "uma questão tecnicamente complexa e politicamente sensível" e que é preciso levar em conta os diferentes estados nos quais se encontram Europa, América, Japão e países como Índia ou China.
"É crucial reunir estas duas partes do mundo e conseguir um acordo conjunto", afirmou. Em Hokkaido (norte do Japão), os países emergentes (Brasil, China, México, Índia e África do Sul) não quiseram se comprometer com a meta do G8 e só prometeram "cortes profundos" das emissões globais, embora sem concretizar datas ou porcentagens, e fechar um acordo apontando para o pós-Kyoto no final de 2009.
As nações desenvolvidas não só fixaram alvos para 2050, mas também assinalaram que marcarão metas de redução a médio prazo, em 2020 ou 2030.
(Yahoo!, AmbienteBrasil, 23/07/2008)