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2008-07-22

As cidades do mundo são hábitat ideal para a proliferação de pombas, uma espécie vinculada a imagens idílicas, mas que traz consigo riscos sanitários e ambientais. Os especialistas recomendam não alimentá-las, adequar as construções e controlar o lixo. O Chile as declarou “prejudiciais ou daninhas" em 2004 e autorizou sua caça. “As pombas (Columba lívia) causam um dano permanente”, disse ao Terramérica o veterinário Pedro Cattan, subdiretor do Centro de Estudos e Manejo de Pragas da Universidade do Chile. Elas são portadoras de agentes patogênicos transmissíveis a outras aves e aos seres humanos, e seus excrementos, ricos em acido úrico, “corroem casas, galpões, prédios, monumentos, máquinas e outras construções”, acrescentou.

As pombas podem transmitir bactérias como a salmonela, causadora de moléstias gastrointestinais, a Chlamydophila, que provoca quadros respiratórios severos e febre, leveduras como a Cryptococcus neoformans, que pode afetar as meninges e o sistema nervoso central, e parasitas como o ácaro Dermanyssus gallinae, vinculado a doenças dermatológicas. Além de sujar, suas fezes prejudicam o ar-condicionado e estragam produtos armazenados em adegas, causando perdas econômicas.

Originária da Europa, Ásia e norte da África, a pomba foi introduzida no continente americano como ave doméstica no século XVI, mas depois voltou à vida livre, explicaram ao Terramérica especialistas do não-governamental Serviço Agrícola e Pecuário (SAG). As adultas medem entre 34 e 38 centímetros e podem pesar entre 330 e 450 gramas. A plumagem da cabeça, cauda e asas costuma ser cinza, com reflexos metálicos verdes e violetas no pescoço. Seu dorso é branco. As razões de sua abundância são sua longevidade (podem viver entre 15 e 20 anos) e a ausência de predadores naturais. Vivem em casais e podem gerar até 12 filhotes por ano.

Mas o aumento desmedido desta espécie nas cidades obedece às condições urbanas: construções cheias de pontos para fazerem ninhos e restos de comida em grande quantidade, bem como o popular costume de alimentá-las, explicou Cattan. Comem sementes e frutas, além de restos de alimentos, explicou Cattan. Não se sabe qual é a população de pombas no Chile, mas sua proliferação nas cidades levou a que fossem declaradas daninhas. O regulamento da Lei de Caça autoriza sua captura ilimitada e a destruição de seus ninhos em todo o território, em qualquer época do ano. Porém, é proibido usar produtos químicos porque podem prejudicar outras espécies.

“Só a eliminação não soluciona o problema. Pelo contrário, indica-se como causador de aumento populacional no médio prazo”, já que a possibilidade de sobrevivência das que vão nascendo aumenta ao ficar livre o espaço das eliminadas, afirmou ao Terramérica Pedro Varas, veterinário da Secretaria Regional Ministerial de Saúde de Santiago. Assim, além da caça autorizada, recomenda repelentes e modificações estruturais.

No dia 23 de junho, o jornal El Rancagüino afirmou que “centenas de pombas” se refugiaram nos telhados da localidade de Manso de Velasco, e Rancagua, capital da central província de O’Higgins. “Em um apartamento, um bando de pombas fez seu lar, enquanto as demais casas estão cobertas por excrementos das aves”, disse o jornal. O Terramérica consultou funcionários do centro de saúde e da municipalidade de Rancagua, mas não teve resposta.


“No Chile, há escassos estudos sanitários com pombas de vida livre’, admitiu o SAG. Em 1990, foram examinados cem exemplares de Santiago e 3% tinham salmonela. Pesquisadores da Universidade de Concepción analisaram cem pombas da cidade de Chillán, na região do Bío-Bío (sul), e detectaram clamidioses (11%), estafilococoses (8%), salmoneloses (4%) e aspergiloses (1%). As conclusões foram publicadas em 2007.

Miguel Vergara, dono da empresa Ave Soluções, há seis anos instala malhas invisíveis, linhas de arame de aço ou sistemas de puas em telhados, antenas e outros lugares de pouso, nidificação e defecação de pombas. “Cerca der 60% de meus clientes são casas particulares”, disse ao Terramérica. Vergara assegurou conhecer o caso de duas pessoas que morreram de infecção transmitida por pombas. Contudo, segundo disse, “não há registros de doenças transmissíveis a seres humanos atribuíveis ao contato com pombas”.

Há três anos, cerca de cem pombas invadiram o terraço do restaurante Elkika Ilmenau, na capital, molestando os clientes, especialmente europeus. Foram controladas com a instalação de arames no teto, contou ao Terramérica seu proprietário, Mauricio Acuña. Não sabíamos das doenças. Se os clientes tivessem gostado, nós mesmos as teríamos trazido”, afirmou.

(Por Daniela Estrada*, Envolverde/Terramérica, 21/07/2008)
* O autor é correspondente da IPS.


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