O governo pretende realizar no ano que vem o primeiro leilão de energia eólica do Brasil, disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que considera o preço para geração dessa energia renovável ainda um dos principais obstáculos para a expansão de tal fonte energética no País.
Segundo Tolmasquim, um estudo já está sendo elaborado pela EPE - que é ligada ao Ministério de Minas e Energia - sobre a eletricidade gerada pelo força do vento. A previsão é de que o trabalho seja concluído em 60 dias e caberá ao Ministério de Minas e Energia decidir sobre a realização do leilão em 2009. "Estamos nesse estudo vendo prós e contras, quanto poderia ser leiloado e de que forma", disse Tolmasquim.
O presidente da EPE afirmou que há muitos empreendedores nacionais e estrangeiros interessados na energia eólica. "O número de interessados que nos procura é muito grande, enorme", afirmou. " Tem empresas como Endesa, EDP, Tractebel e outras", acrescentou Tolmasquim.
Projetos mais eficientesTolmasquim considera que o preço elevado para a produção da energia eólica no Brasil ainda é uma barreira importante para o avanço da nova fonte no País. "Essa é uma energia ainda cara. Empreendedores potenciais têm muitos. A questão é por quanto a energia vai ser contratada", afirma. "O preço será o limitador. Pra gente começar, terá que ser através dos mais eficientes em termos de velocidade e tempo de vento e equipamentos eficientes. Se forem ventos e tempos ruins, não haverá chance", acrescentou.
Sem subsídiosO presidente da EPE descartou a possibilidade de o governo federal subsidiar a energia eólica como se previa no Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes de Energia Alternativa).
"A filosofia agora é a competição. O Proinfa está ultrapassado e não combina com o atual modelo", declarou.
(Gazeta Mercantil,
FGV, 21/07/2008)