O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Criminal de Niterói (RJ), requisitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar se o incêndio que destruiu, na última sexta-feira (18), cinco ocas de índios guarani, na Praia de Camboinhas, foi criminoso. A informação é da assessoria de imprensa do MPF no estado do Rio de Janeiro.
Os índios vieram de Paraty, no Sul fluminense, e se instalaram em Camboinhas no último mês de abril, em terreno doado por um ambientalista, com o objetivo de preservar o local, considerado um sítio arqueológico.
O representante da Funai (Fundação Nacional do Índio) das aldeias de Paraty e Angra dos Reis, Cristino Cabreira Machado, reuniu-se neste sábado (19) com os cerca de 36 índios que compõem a aldeia.
Ele está fazendo um levantamento dos prejuízos, em conjunto com a Procuradoria Jurídica da Funai, para ser encaminhado à direção do órgão, em Brasília, na próxima segunda-feira (21). O objetivo é ver o que pode ser feito para auxiliar os índios com urgência. "Viabilizar até recursos para dar um apoio a eles nesse momento", disse.
O índio Joaquim Karaí Benite foi o único ferido durante o incêndio. Ele teria se queimado superficialmente ao tentar retirar equipamentos e móveis das ocas, disse Machado.
O representante da Funai confirmou que os índios guarani instalados na Praia de Camboinhas têm recebido ameaças anônimas.
Ainda segundo ele, há pressões, em especial da parte de empresas do mercado imobiliário, contrárias à permanência da aldeia na localidade. Já as associações de moradores se dividem entre apoiar os índios e pedir sua retirada de Camboinhas. "As associações de moradores tradicionais, pessoas que são ribeirinhas, caiçaras, são favoráveis", observou.
(Agência Brasil, Folha Online, 20/07/2008)