(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
refinarias
2008-07-21

A futura diretora-superintendente da Refinaria Ipiranga, Margareth Feijó Brunnet, começa esta semana a prospectar as condições de suprimento de matéria-prima pela sua maior fornecedora, a Petrobras. O detalhe é um dos gargalos e origens da crise da companhia. Margareth, engenharia química especializada em processamento de petróleo, terá as primeiras reuniões com áreas da companhia no Rio de Janeiro. Dia 28 deste mês, a executiva, pertencente ao quadro de carreira da Petrobras desde 1980, estará em Rio Grande para instaurar a transição. Ao lado da atual diretora-superintendente, Elizabeth Tellechea, de quem foi colega nos conselhos de administração da Braskem e Copesul, Margareth tomará decisões mesmo antes de assumir oficialmente o cargo, o que ocorrerá até 15 de agosto, logo após se despedir do posto de diretora-presidente da Copenor (Companhia Petroquímica do Nordeste), com sede em Camaçari, na Bahia, onde entrou em 2004 com o desafio de tirar a empresa do vermelho. E conseguiu. Agora, prestes a encarar desafio semelhante, a gaúcha de 50 anos, nascida em Cachoeira do Sul, revela otimismo e segurança na busca de nicho cativo da refinaria, além de projetar a reversão da crise para 2009. Esbanjando simpatia e simplicidade, Margareth concedeu ao Jornal do Comércio a primeira entrevista após confirmação de seu nome e tranqüilizou sobre o futuro da refinaria: "Com certeza não está no horizonte a possibilidade de fechar".

Jornal do Comércio - Quando foi o primeiro contato com a Refinaria Ipiranga?
Margareth Feijó Brunnet
- Na segunda-feira, dia 14 de julho, quando fui apresentada aos funcionários, em Rio Grande. Foi a primeira vez que estive na planta, que é pequena. Mas pequeno também tem seu espaço. Depois em reunião, em Porto Alegre, na sexta-feira (dia 18), troquei informações com áreas da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Transpetro, Ipiranga e com a Elizabeth Tellechea. A partir do dia 28, ficarei uma semana em Rio Grande, antes de assumir oficialmente o cargo.

JC - Alguma semelhança entre seu trabalho na Copenor e o que será desenvolvido na Ipiranga?
Margareth
- Tem no sentido de as duas serem pequenas no meio de gigantes. A Copenor produz metanol, formol e derivados. Mesmo pertencente 50% a Petrobras, é uma empresa privada e tem de se suportar sozinha. Também enfrenta problema de escala como a Ipiranga. Mas conseguimos dar uma virada. Na minha gestão, que começou em outubro de 2004, conquistamos as certificações 9000, 14000 e 18000 ao mesmo tempo e em prazo recorde.

JC - Quando tu foste para a Bahia, a empresa enfrentava dificuldades?
Margareth
- Muitas crises, que não acabam em um mundo em que os preços das matérias-primas estão muito elevados. Na Copenor, é o gás natural. Nas petroquímicas, é a nafta. No refino, é o petróleo. As commodities estão muito aquecidas. Buscamos saídas inteligentes, dentro do mercado e do pólo de Camaçari para garantir continuidade operacional. Em 2007, fechamos sem lucro, mas sem prejuízo. Este ano deve fechar com lucro. O que se espera da Ipiranga é que a empresa consiga respirar ante a crise do momento. Vamos buscar alternativas e nichos de mercado, como nafta, diesel e asfalto, para vender ao Uruguai, por que não, e ao Estado. Também inclui maior sinergia com a Refap e Petrobras.

JC - Como será a interação com a Refap?
Margareth
- Pela busca de rotas inteligentes, como se inserir em mercados que a Refap exporta, mas que podem ser mais fáceis para a Ipiranga atuar. Podemos complementar um mercado deficitário da Alberto Pasqualini, como diesel, agregando uma visão sistêmica do Brasil. O mercado consumidor é o Rio Grande do Sul, mas não conseguimos vender tudo aqui.

JC - Tu assumirás a empresa em um momento de prejuízo. Como esperas fechar o ano?
Margareth
- Reverter totalmente este resultado este ano é complicado. Mas podemos trabalhar com diminuição do número e, o principal, achar medidas estruturantes que tornem possível uma visão de futuro. Claro, o ano é preocupante e exige medidas urgentes. A perspectiva para 2009: termos um plano de negócios que dê vida e
tranqüilidade para trabalhar. Nossa missão é tornar a continuidade operacional viável e com medidas estruturantes.

JC - A tua indicação é sinal de que entra em cena o padrão de eficiência Petrobras?
Margareth
- O fato de eu ser da Petrobras significa que, sim, a companhia quis indicar uma pessoa do seu quadro sinalizando: consideramos esse ativo muito importante e queremos estar bastante atuantes nele.

JC - Rio Grande temia pelo fechamento da refinaria. Essa possibilidade está afastada?
Margareth
- Com certeza não está no horizonte a possibilidade de fechar.

JC - A Ipiranga tem redução de ICMS na nafta, que assegura competitividade. A empresa continuará precisando desse tipo de ajuda?
Margareth
- Não vejo como ajuda, mas como negociações. Ninguém ajuda ninguém. As empresas têm de se sustentar com suas próprias pernas. Na Copenor, nunca tivemos ajuda da Petrobras. O que obtivemos é a expertise da companhia e a inteligência para buscarmos saídas. Isso que faz a diferença, não é a ajuda econômica. A Petrobras está colocando suas melhores cabeças para estudar o assunto e propor soluções.

JC - Qual o cenário de produção nos próximos meses?
Margareth
- Buscar uma solução inteligente é colocar todos os ingredientes na equação. Não basta olhar apenas o mercado ou apenas as alternativas de matéria-prima. Se tu só olhas o mercado e não tens matéria-prima, não se faz milagre. Os investimentos serão de pequeno porte, apenas otimizações. Não vamos mudar o esquema de refino. Vamos aproveitar o hardware que está lá. Existe um grupo na Petrobras que estuda soluções para esse tipo de equação e que nos ajudará.

JC - Como tu esperas solucionar o suprimento de matéria-prima?
Margareth
- Vou tomar conhecimento dessa situação nesta semana, em reuniões na Petrobras, no Rio. Não acredito em solavancos no meio do caminho. Existe realmente interesse e preocupação da Petrobras em não ter problema na Ipiranga.

JC - E como resolver a equação dos preços?
Margareth
- O mercado do petróleo está muito volátil. Assim como subiu, caiu na semana passada. Precisamos de uma solução mais robusta que agüente os solavancos. O ano de 2008 está comprometido. Vamos buscar mitigar o resultado adverso. Mas em 2009 vamos buscar o resultado no azul. É nessas adversidades que a empresa mergulha
mais fundo em eficiência, em busca de melhorias e otimizações.

JC - Tu assumirás o comando da refinaria mais antiga do Brasil. Isso pesa?
Margareth
- Considero isso um valor. A história tem de ser respeitada. Mas no mundo dos negócios não podemos ficar parados. A refinaria, a exemplo de outras empresas, precisa se modernizar e se adaptar a novos cenários. Tenho orgulho de estar em uma empresa que sobreviveu a tantos contratempos.

(Por Patrícia Comunello, Jornal do Comércio, 21/07/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -