A implementação da biotecnologia na cultura do milho poderá ser uma das soluções para a escassez do grão nos estoques federais. O problema não é apenas do Brasil. Atualmente, os estoques mundiais de milho apresentam 100 milhões de toneladas a menos do que a média histórica. A opinião é compartilhada pelos especialistas que participaram do programa 'Correio Rural' de sábado, transmitido pela Rádio Guaíba AM 720 diretamente do 1º Encontro Estadual do Milho, em Ijuí.
O presidente da Emater, Mário Nascimento, destacou o trabalho da empresa ao levar ao agricultor acesso às tecnologias e dar assistência técnica para fomentar a produção. 'A biotecnologia, aliada ao planejamento e à irrigação são importantes para garantir um melhor rendimento.'
Com a ampliação da demanda mundial por alimentos, o milho está mais valorizado, mas é destaque na agricultura gaúcha há muitos anos. Na região de atuação da Cotrijal, por exemplo, a meta é ampliar a área total de 10% para 30%. 'O plantio de milho na rotatividade de culturas garante maior produtividade', ensinou o presidente da Cotrijal, Nei Mânica.
A iniciativa, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Sementes do RS, Narciso Barison Neto, pode reduzir a área de soja, mas aumentaria o rendimento da oleaginosa. 'É uma prática indicada para recuperação do solo e incrementaria a cultura do milho', comenta. O presidente da Abramilho, Odacir Klein, espera que a demanda pelo grão no Brasil seja atendida a partir de políticas governamentais. 'A Conab tem de garantir o abastecimento. Se for necessário, deve comprar de mercados internos onde há excedente e levar para onde é preciso ampliar o estoque', ressaltou o dirigente.
(Correio do Povo, 20/07/2008)