Ao assinar ontem (18/07) acordo para construção de rodovia na Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ao colega Evo Morales que a Petrobras está disposta a investir na exploração de gás em solo boliviano.
"Está clara a nossa decisão de aprofundar a cooperação no campo energético. Por isso, decidimos que a Petrobras tem que realizar novos investimentos na Bolívia. Muitas outras ações, como a exploração conjunta de poços, podem e devem ser implementadas. É preciso tão somente que prevaleça uma visão de longo prazo", afirmou Lula.
Evo Morales retribuiu os elogios de Lula afirmando que o presidente brasileiro tem sido "solidário ao povo da Bolívia" e tem certeza de que as promessas do Brasil sairão do papel. "Tenho certeza que esses investimentos não são apenas discurso", afirmou Morales.
Lula e Morales assinaram o acordo na cidade de Riberalta, no departamento de Beni, um dos que querem autonomia em relação ao governo central boliviano. O departamento é governado pela oposição a Morales.
O termo prevê a construção da rodovia Rurrenabaque-Riberalta, que terá financiamento do governo brasileiro. Serão liberados US$ 260 milhões para a construção de 508 quilômetros de rodovia, ligando Porto Vellho, capital de Rondônia, e La Paz, capital boliviana.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também participou do evento em Riberalta.
Investimentos
Lula também ressaltou que a relação bilateral entre Brasil e Colômbia registra um aumento de quase 95% das exportações bolivianas para o Brasil nos primeiros seis meses do ano.
"Mas esse crescimento pode ser muito maior. As vendas estão muito concentradas em gás natural. Devemos trabalhar para promover a integração de cadeias produtivas, incentivar o desenvolvimento industrial, redobrar esforços para facilitar o acesso de uma maior variedade de produtos bolivianos ao mercado brasileiro", afirmou.
Nesse sentido, a Colômbia ampliou os benefícios fiscais e criou zonas francas para atrair investimentos e gerar empregos. Empresas de turismos, hotéis e resorts são isentos de Imposto de Renda por 20 anos e fabricantes de softwares são livres do tributo até 2012. Indústrias, empresas de telecomunicações e de agronegócios que garantam investimento mínimo com geração de empregos que variam de acordo com o setor têm a alíquota reduzida de 33% para 15% por até 30 anos.
(Folha Online, 18/07/2008)