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desmatamento da amazônia SBPC
2008-07-18

Reunidos no campus da Universidade Estadual de Campinas, pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento e um público médio de 10 mil pessoas, debatem sobre energia, ambiente e tecnologia. As três palavras estão presentes em todas as discussões sobre a Amazônia.

“Há um hiato em nosso conhecimento acerca da biodiversidade da Amazônia”. A afirmação, durante apresentação na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), é de Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), entidade que existe desde a década de 50 realizando estudos científicos do meio físico e das condições de vida da região amazônica. Atualmente, o Inpa é referência mundial em Biologia Tropical. Segundo ele, a única forma de avançar no desconhecimento do Brasil sobre a floresta, é o investimento em pesquisa, principalmente sobre biodiversidade e sustentabilidade amazônicas.

“A nossa capacidade de estudar a Amazônia ainda é muito pequena. Não conseguimos amostrar toda a região para saber quantas e quais são as espécies de animais e vegetais”, enfatizou o pesquisador. Para que se tenha uma idéia, ele resume em números a situação: “A Amazônia brasileira abrange 9 estados, onde existem 10 universidades federais, 5 universidades estaduais e 3 institutos de pesquisa federais, que formam apenas 3 mil doutores por ano. No INPA há somente 150 doutores”.

Ele completa ressaltando que apenas preservar não indica saída sustentável para os atuais problemas. A Amazônia abarca 180 povos indígenas, centenas de comunidades quilombolas e milhares de ribeirinhos que dependem da biodiversidade local para a geração de renda. Viabilizar a preservação através do trabalho destas comunidades é a chave para assegurar a floresta.

O simpósio “Instrumentos Econômicos e Financeiros para Conservação de Florestas na Região Amazônica” concentrou as atenções na terça feira (15), na Unicamp. Dados apresentados no encontro relacionam diretamente o desmatamento com a exploração madeireira, o cultivo de soja e a pecuária.

Para Paulo Roberto Moutinho, coordenador de pesquisas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) existe duas estratégias básicas que devem nortear a política de conservação das florestas: desenvolver mecanismos de incentivos para a conservação da floresta e o uso sustentável dos recursos naturais e a criação de políticas públicas que incentivem a diminuição do desmatamento.

Moutinho concordou com Adalberto Luis Val, ao sublinhar que na Amazônia há centenas de povos tradicionais que dependem diretamente da extração e da manutenção de recursos da floresta. Ele citou os índios que vivem no Parque Nacional do Xingu, responsáveis pela conservação de uma área da Amazônia rodeada por desmatamento avassalador no Mato Grosso.

O Ipam é uma organização ambiental não governamental que reúne experiências demonstrativas, produção de conhecimentos científicos e orientação acadêmica de estudantes de graduação e de pós-graduação. As pesquisas e projetos demonstrativos de manejo praticados pelo Instituto desde 1995 têm servido como subsídios para contribuir para diversas políticas ambientais no país.

Virgilio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável – parceria entre o Governo do Estado do Amazonas e o Banco Bradesco – encerrou o Simpósio do dia 15 citando uma iniciativa que, segundo ele, gera resultados positivos no Estado do Amazonas: a criação da Bolsa Floresta para populações tradicionalmente extrativistas. O incentivo é distribuído a famílias e associações de moradores como recompensa pela manutenção dos recursos naturais e o investimento em atividades econômicas sustentáveis.

Criação de novas políticas públicas
O coordenador do grupo que elaborou o documento “Amazônia: Desafio Brasileiro para o Século XXI – A necessidade de uma revolução científica e tecnológica”, Adalberto Val, e o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, afirmaram durante a Reunião da SBPC que os debates travados no encontro têm encontrado boa acolhida pelos ministros Sergio Rezende, do Ministério de Ciência e Tecnologia, Mangabeira Unger, de Assuntos Estratégicos, e Fernando Haddad, da Educação.

Segundo eles, apesar de ainda não ter participado de um encontro formal, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que participou na segunda-feira (14) de conferência, também elogiou o documento. Val apenas ressalvou que a luta agora é para que “os ministérios abram a carteira”. “Nós já temos um projeto consolidado, apoiado pela Academia Brasileira de Ciência e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, agora estamos lutando para que haja um aporte significativo de recursos para a região”, disse. Uma das principais reivindicações da SBPC é a criação de três institutos científicos tecnológicos voltados para pesquisa aplicada, nas áreas de recursos florestais e da biodiversidade, aquáticos e minerais.

(Por Clarissa Pont*, Carta Maior, 17/07/2008)
* Com informações de www.sbpc2008.unicamp.br


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