A Monsanto, empresa fabricante de sementes e insumos agrícolas, ganhou inimizade de boa parte dos ecologistas graças a sua tecnologia de plantas transgências. Um bom número de ONGs ambientalistas teme que os transgênicos possam alterar a genética de plantas convencionais perto das áreas cultivadas. No entanto, o uso de algumas variedades transgênicas consegue reduzir a necessidade de agrotóxicos, o que faz bem para a natureza. A polêmica continua.
Agora a Monsanto quer se firmar como amiga da natureza. Para isso, está lançando a Iniciativa de Desenvolvimento Sustentável. O planto inclui três metas. A primeira é dobrar o rendimento de sementes de milho, soja e algodão até 2030. Nos próximos cinco anos, a empresa diz que destinará US$ 10 milhões ao setor público de pesquisa para melhorar o rendimento de novas variedades de trigo e arroz. A cada ano, um painel mundial de experts selecionará um projeto diferente, que receberá US$ 2 milhões em investimentos.
O segundo compromisso da Monsanto é desenvolver, também até 2030, sementes que reduzam em 1/3 a quantidade de recursos para o cultivo das plantas. Variedades de milho, soja e algodão serão capazes de produzir mais sem a necessidade de aumentar a área da lavoura, permitindo menor uso de água, energia e insumos agrícolas.
E a terceira meta da Monsanto é compartilhar conhecimentos com pequenos produtores e agricultores de baixa renda. A empresa estabeleceu parcerias com produtores de tecnologia e quatro organizações governamentais na África para o desenvolvimento de variedades de milho tolerantes à seca, investimento em banco de sementes e sem cobrança de royalties. A expectativa é melhorar a qualidade de vida desses agricultores ao ampliar a rentabilidade da lavoura e possibilitar a redução de agentes químicos no campo. O milho transgênico tolerante à seca desenvolvido para as condições africanas deve chegar ao mercado em dez anos, segundo a Monsanto.
Será que essa iniciativa ajuda a mudar a imagem da empresa?
(Por Alexandre Mansur, Blog do Planeta, 17/07/2008)