O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) promove, desde o final da tarde de segunda-feira (14), duas marchas de militantes no interior do Paraná. Segundo o movimento, o protesto reúne duas colunas de 200 sem-terra cada uma. Pede rapidez na reforma agrária e o fim da suposta "criminalização" do MST.
Uma coluna deixou Capanema (576 km de Curitiba) e chegaria na noite de ontem a Planalto (581 km da capital). A outra coluna saiu de São Jorge d'Oeste (480 km de Curitiba) a São João (435 km da capital).
As marchas devem se reunir no próximo dia 30, em ato público em Francisco Beltrão (PR) contra a prisão na cidade, em 4 de junho, de quatro militantes do movimento. Entre os presos está Adir da Luz, da coordenação estadual do MST.
Ontem não houve incidentes durante as marchas. Os próprios militantes estão organizando o trânsito nas rodovias por onde passam, com a coluna ocupando meia pista. A Polícia Rodoviária do Paraná acompanha os protestos à distância.
''É uma marcha pacífica. Vamos distribuir panfletos e dialogar com as comunidades, mostrando a real necessidade de uma reforma agrária efetiva para solucionar a crise de alimentos'', disse o engenheiro agrônomo Gentil Couto Viera, 42, da Via Campesina _entidade que dá apoio logístico às marchas e reúne MST, atingidos por barragens e ativistas de movimentos urbanos.
Segundo Vieira, o MST programou discussões políticas com moradores de cidades onde irão acampar. Antes de chegarem a Francisco Beltrão, os protestos devem passar por 20 municípios, em 350 quilômetros.
(Por José Maschio, Agência Folha, Folha Online, 16/07/2008)