Para produzir alimentos, biocombustíveis e produtos derivados da madeira, o mundo terá que duplicar, no mínimo, o tamanho das florestas já existentes. Isso é o que conclui dois estudos feitos pela organização Right Resources Initiative (RRI). Segundo eles, será preciso 515 milhões de hectares a mais de florestas até 2030.
Intitulado "Vendo as pessoas através das árvores", o estudo afirma que o amplo desmatamento pode tornar a mudança climática ainda mais severa e levar à pobreza cerca de 1 bilhão de pessoas que dependem das florestas, além de gerar conflitos sociais, territoriais e econômicos. Segundo o documento, caso as medidas para conter o avanço do desmatamento não sejam tomadas, a população tradicional que vive na floresta será a maior prejudicada.
Outro estudo da organização, chamado de "Da exclusão à propriedade", afirma que no Brasil a produção de cana de açúcar e soja deve saltar de 28 milhões de hectares para 128 milhões até 2020, expandindo as fronteiras agrícolas e impactando principalmente a floresta amazônica. Os relatórios apontam ainda que os governos são os donos da maioria das florestas nos países em desenvolvimento, mas não se empenham para garantir a permanência e os direitos dos seus povos.
Leia aqui os dois relatórios na íntegra (em inglês):
Da exclusão à propriedade (From Exclusion to Ownership?)
Vendo as pessoas através das árvores (Seeing People Through The Trees)
(Amazônia.org.br, 17/07/2008)