Cavalos vítimas de maus-tratos e abandono estão à espera de um novo lar em Novo Hamburgo, no Centro Municipal de Proteção aos Animais de Grande Porte, dentro do Parcão Henrique Roessler, no bairro Canudos. Pelo local, destinado a recuperar a saúde dos animais, passaram 68 cavalos. Desse total, 37 já estão com novos donos, mas 13 não resistiram à gravidade dos ferimentos. Atualmente, há nove cavalos no parque, quatro deles em condições de adoção.
Segundo as regras, a nova casa deve ficar na área rural, o cavalo tem de ser criado livre e não pode ser usado para trabalhos forçados. Foi o que aconteceu com uma égua que chegou machucada e prenhe ao parque. Depois de tratada, ela deu cria e, junto com o potro, foi adotada.
O Centro Municipal funciona desde abril de 2007 e, geralmente, atende animais recolhidos das ruas ou retirados de seus donos a partir de denúncias. A maior parte dos casos é relacionada a anemia e desnutrição dos bichos que, em um primeiro momento, depois de apreendidos e tratados, voltavam para seus antigos donos. Diante da reincidência da violência, eles passaram a ser encaminhados à adoção. 'Era necessário mudar a história desses animais. Por isso, criamos um programa para dar assistência, do tratamento até a adoção', conta Udo Sarlet, coordenador do programa.
Para ele, o centro mudou paradigmas. 'A população, principalmente os carroceiros, entendeu que, se não cuidar dos animais, perderão o direito de posse.' O coordenador destaca ainda que a apreensão tem aval do Ministério Público. O candidato à adoção é cadastrado e avaliado quanto às condições de responsabilizar-se pelo animal, que só pode ser utilizado para pasto e montaria. Por um período, o novo dono receberá visitas de fiscais. 'Mesmo que o cavalo esteja em um sítio, com pastagem à vontade, será preciso comprar alimentação complementar, fazer a manutenção dos cascos e aplicar vacinas', ressalta Sarlet.
(Por Silvia Trovo, Correio do Povo, 17/07/2008)