Na sessão plenária desta quarta-feira (16/07), durante o período do Grande Expediente da Assembléia Legislativa gaúcha (AL-RS), o deputado Mano Changes (PP) mostrou-se preocupado com os efeitos danosos ao meio ambiente provocados pelo aquecimento global. O possível estabelecimento de novos critérios na Constituição Estadual para o preenchimento dos cargos de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) voltou a ser debatido na tribuna.
Grande Expediente
Durante seu pronunciamento, Mano Changes fez referência ao documentário Uma Verdade Inconveniente, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que demonstra como o aumento da presença do dióxido de carbono na atmosfera terrestre pode ter como conseqüência a destruição do planeta. “O filme foi premiado no ano passado e teve uma repercussão na mídia fantástica. O mundo inteiro falou e debatei sobre isso. Passado um ano pouco se fala do assunto”, lamentou o parlamentar.
O orador do Grande Expediente também apresentou números percentuais sobre a emissão de gás carbônico no mundo. Segundo ele, a América do Sul é responsável por liberar 3,8% do dióxido de carbono no planeta, a África por 2,5%, o Oriente Médio por 2,6%. Ao mesmo tempo, um país como o Japão, que tem o tamanho de Santa Catarina, libera para a atmosfera 3,7% do gás carbônico presente no mundo. De acordo com Mano Changes os maiores poluidores são a Europa (27,7%), a Ásia (13,7%) e os Estados Unidos (30,3%). “Temos que torcer para que vença a eleição o candidato à presidência dos EUA que tenha boas propostas para o ambiente. Infelizmente, o Protocolo de Kyoto não é cumprido e ainda que fosse não seria suficiente para resolver o problema”, disse.
Mano Changes mostrou-se preocupado também com a previsão de crescimento populacional: segundo ele, até 2050 acredita-se que o planeta terá 9 bilhões de pessoas. “Em 100 anos teremos um aumento de 7 bilhões de pessoas no mundo. É preciso entender isso para investirmos em planejamento familiar. Se continuarmos com essa explosão demográfica eu não quero nem ver como vai ser a luta por água e alimentação”, disse. E acrescentou: “Não temos recursos infinitos no planeta. E da forma como tratamos o meio ambiente não sei como será o futuro. Eu tenha a expectativa de viver mais 50, 60 anos e não sei se vou ter água, se vou ter condições de me alimentar, caso não entendermos agora que a sustentabilidade é fundamental para a continuidade da presença do homem na terra”
O parlamentar conclamou que os deputados se unam pela defesa ao meio ambiente. “Nós, parlamentares, temos a obrigação de mostrar para a sociedade a importância do debate sobre este tema. Temos que compreender o significado da política de defesa do meio ambiente e o que é a sustentabilidade. Temos que ter uma ação global unindo todos os Poderes e a sociedade. E devemos começar pela educação das crianças”. Manifestaram-se em apartes os deputados João Fischer (PP), Raul Carrion (PCdoB), José Sperotto (DEM), Marisa Formolo (PT) e Zilá Breitenbach (PSDB).
(Por Vanessa Canciam, Agência de Notícias AL-RS, 16/07/2008)