O anúncio da decisão em qual das duas cidades da Zona Sul, Arroio Grande ou Rio Grande, será instalada a fábrica da Votorantim Celulose e Papel (VCP) ocorrerá em, no máximo, um mês; bem antes da data limite prevista para o final do ano. O presidente da VCP, José Luciano Penido, informou - durante o congresso da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS) em Porto Alegre - que a indústria deverá divulgar o município escolhido, oficialmente, na primeira quinzena de agosto.
A empresa ainda aguarda a liberação dos Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), além da emissão da licenças de solo da Agência Nacional de Água (ANA) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que deverão ser expedidas junto com o estudo. A construção da planta deverá ser iniciada no próximo ano e deverá gerar cerca de sete mil empregos durante as obras. Já em operação, a indústria irá gerar 300 empregos diretos no plantio florestal e outros 380 na produção de celulose, que deverá chegar a 1,3 milhão de toneladas anualmente. O valor total do investimento, conhecido como Projeto Losango, está orçado em dois bilhões de dólares.
Segundo Penido, tanto a localidade de Santa Izabel quanto a de Palma - em Arroio Grande e Rio Grande, respectivamente - tem totais condições de receber o empreendimento. Os dados microlocalizados já foram colhidos e os EIA-Rima das duas áreas estão em elaboração. Estudos econômicos mais detalhados estão sendo feitos para definir se é melhor a instalação mais perto das florestas, em Arroio Grande, ou para o Porto, no litoral de Rio Grande.
Base florestal
A VCP já plantou 48,7 mil hectares de eucaliptos no Estado e prevê a plantação de mais 20 mil ainda em 2008. A base florestal que fornecerá a matéria-prima para a unidade gaúcha deverá ter uma área total de 280 mil hectares. Desses, 140 mil são destinados ao plantio do eucalipto e a outra metade para áreas de conservação de espécies nativas. Atualmente, são 52 mil hectares de áreas preservadas.
ICMS
Estimulado pela VCP, em 2006, foi assinado um convênio inovador com o Governo do Estado para garantir a partilha do Valor Adicionado Fiscal (VAF) para o retorno do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre as localidades que poderão receber o empreendimento. Pelo acordo, o município sede do empreendimento ficará com 50% do repasse e o restante será distribuído entre as mais de 20 localidades da área de atuação da empresa.
(Por Taline Schneider, Diário Popular, 16/07/2008)