Depois de agonizar, cão precisou ser sacrificado por veterinário
A ONG União Pela Vida Animal (Upeva) formalizou ontem uma queixa ao Ministério Público (MP) contra o agressor de um cachorro. O cão, um filhote da raça labrador, levou golpes de machado no estômago e precisou ser sacrificado. O episódio aconteceu no bairro União, no domingo à tarde.
Segundo o capitão Francisco Vieira, comandante da Brigada Militar (BM) do município, a corporação foi chamada pelos donos e encontrou o animal agonizando, porém os responsáveis não quiseram registrar ocorrência. Um boletim de atendimento foi feito, mas ninguém foi apontado como suspeito. A proprietária teria se comprometido a encaminhar o bicho a um veterinário.
- Nesses casos, a Brigada intervém, mas é preciso identificar as partes envolvidas - explica o comandante da BM.
Segundo a presidente da Upeva, Justina Salvador, que foi até o local, o cão teria arranhado o carro do agressor, motivando o ataque de fúria.
- Isso não pode ficar assim, porque daqui a uns dias isso vai virar moda - exige Justina.
Sem a ocorrência em mãos, houve dificuldade para conseguir um veterinário que aceitasse sacrificar o animal, que ficou agonizando por horas até que o entrave fosse solucionado, conforme contou a presidente da ONG. Segundo ela, o agressor teria parentesco com a família, por isso não foi feito o registro oficial.
O promotor de Justiça Stéfano Lobato Kaltbach, que foi notificado sobre o caso no início da noite de ontem, disse que as circunstâncias serão averiguadas e, se houver provas, o agressor será responsabilizado judicialmente por maus-tratos.
Com base no dossiê entregue a ele pela Upeva, contendo o registro do atendimento da BM, um laudo do veterinário que sacrificou o animal e fotos feitas por Justina, Kaltbach afirma que, ainda hoje, pretende requisitar a abertura do inquérito para apurar os fatos.
O promotor, que há 12 anos atua no município, afirma que já houve condenação por uma agressão desse tipo em Flores da Cunha. Em 2004, um homem bateu com pedaços de madeira na cabeça de um cachorro de rua, em São Gotardo, interior do município.
Em abril de 2007, a Justiça absolveu o agressor, mas o MP recorreu e obteve a condenação. A pena foi de três meses de detenção e multa em dinheiro no valor equivalente a um terço do salário mínimo.
(Pioneiro, 17/07/2008)