Os dados de desmatamento na Amazônia, divulgados ontem (15) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que a tendência da taxa de desmatamento se manteve no mês maio, com 1.096 km² de florestas devastadas. Em abril, foram detectadas 1.123 km² de áreas desmatadas.
O Mato Grosso continua sendo o campeão de desmatamento, com 646 km² detectados. Comparado ao mês de abril, entretanto, houve uma queda de 19%. Já o estado do Pará, que em abril teve uma quantidade de área desmatada detectada muito pequena devido à quantidade de nuvens que cobriam o estado, no mês de maio apresentou 262 km².
O desmatamento é monitorado pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que se utiliza de imagens de satélites para detectar o corte raso e degradação florestal de intensidade alta. Os dados referentes a junho de 2008 serão publicados no dia 29 de julho.
Além dos dados do desmatamento, o Inpe apresenta também novos relatórios usando imagens de satélites de maior resolução. Essa medida é uma forma de enfrentar as muitas críticas que o instituto está recebendo desde o começo do ano, quando o aumento do desmate foi anunciado, por parte de setores produtivos e governadores de estados da Amazônia.
O Inpe analisou metade dos polígonos de desmatamento detectados e pode concluir que 87,7% das áreas detectadas correspondem de fato a desmatamento. Segundo o relatório, "os resultados obtidos da avaliação de maio indicam um bom desempenho do Deter". Leia o relatório na íntegra.
A qualificação dos dados mostrou que 59,5% das áreas analisadas correspondem ao corte raso, que é um processo de remoção total da cobertura florestal em um curto intervalo de tempo, e 29% ao desmatamento por degradação florestal progressiva, que é um processo em que a cobertura florestal vai sendo destruída aos poucos. Do total registrado, 11,7% não foi confirmado como desmatamento.
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Amazonia.org.br, 15/07/2008)