O Conselho Diretor do Parlamento Amazônico (Parlamaz) está reunido no Brasil para traçar o plano estratégico para 2009. A reunião que começou ontem e vai até hoje (16/07) conta com deputados e senadores do Congresso Nacional brasileiro, da Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Venezuela, Suriname, com exceção do Equador que está em "recesso político".
"O Parlamento tem como foco o debate amazônico. Não só o ambiental, mas o social, cultural, econômico, a relação mais estreita entre os países", afirmou o senador João Pedro (PT-AM), que deve ser indicado com um dos representantes do Congresso Nacional brasileiro no Parlamaz. Para o senador amazonense, a entidade é a representante legítima dos povos da Amazônia e os senadores que compõem são seus interlocutores, da história, e de seus problemas.
No final da tarde de ontem, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), recebeu os membros da diretoria do Parlamaz e prometeu conversar com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para a escolha dos cinco deputados se senadores titulares e suplentes.
"Somos de uma região onde temos problemas semelhantes, comuns e os resolvemos de forma isolada e diferente. Precisamos ter o entendimento do conjunto amazônico, dos países que fazem parte dele. O fortalecimento do Parlamaz também fortalece a Amazônia e é isso que todos queremos", disse João Pedro.
Plano estratégicoSegundo a presidente do Parlamento Amazônico, Ana Lucia Reis, o plano estratégico que está sendo elaborado pelo grupo de deputados e senadores tem essa visão conjunta da região que buscará realizar ações principalmente para a preservação da Amazônia, no combate ao desmatamento, contaminação dos rios pelo uso do mercúrio, tráfico ilegal de madeiras e drogas. "São tantos problemas dentro de uma mesma região que está dividida somente pelas fronteiras, mas seus dilemmas são similares. A lógica é que os países vizinhos trabalhem juntos daí a necessidade da presença do Parlamaz".
Ana Lucia Reis manifestou sua preocupação com a devastação e com a construção de barragens e estradas sem um estudo mais aprofundado do impacto ambiental para a floresta, reconhecendo que há necessidade de um desenvolvimento, mas até onde esse desenvolvimento pode prejudicar a Amazônia.
(A Crítica,
Amazonia.org.br, 15/07/2008)