Sem dar números, ministro antecipou que dados "não são motivo de alegria"
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, antecipou ontem(14) que a taxa de desmatamento da Amazônia caiu no mês de maio deste ano em relação a abril e, também, em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, ele afirma não estar contente com a situação.
Os dados completos do sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) serão anunciados hoje(15) pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De acordo com o ministro, o desmatamento no mês de maio apresentou uma redução limitada.
"Infelizmente, só modesta, mas felizmente uma queda", disse. "Quero dizer que isso não é motivo de alegria para nós porque o desmatamento, como sempre, está muito grande. Sempre que se compara com alguma coisa que é ruim, mesmo que diminua isso não significa que seja uma maravilha."
O governo recebeu críticas em razão da demora em anunciar os dados de desmatamento de maio, que deveriam ter sido divulgados em junho. Os dados passaram pela análise da Casa Civil e precisavam ser apresentados ao presidente Lula antes de serem divulgados.
Em abril, o Deter indicou um desmatamento de 1.123 km2 -o equivalente à área do município do Rio de Janeiro. Após três anos com queda no ritmo de destruição da floresta, o sistema mostrou neste ano a retomada do aumento.
O Inpe afirma que essa será a primeira vez que o Deter irá separar corte raso (áreas totalmente desmatadas) de pontos em processo de degradação (quando a área vira um ecossistema falido, mas ainda há algumas árvores no local).
A não separação dos dados era criticada pelo o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que só considera desmatamento o corte raso e não concorda com a inclusão de áreas degradadas na conta do Inpe.
Segundo Minc, o novo formato de apresentação dos dados do Deter deve "diminuir uma certa tensão em relação aos governadores que reclamavam que os dados vinham de forma agregada".
(Por Afra Balazina, Folha de S. Paulo, 15/07/2008)