Para o senador João Durval (PDT-BA), há uma "orquestração" de setores da comunidade internacional procurando vincular a produção do etanol brasileiro à escassez mundial de alimentos. A opinião foi emitida em discurso no Plenário do Senado nesta segunda-feira (14/07). Para fazer frente a esse movimento, João Durval conclamou os políticos e os jornalistas brasileiros a defender o uso do combustível produzido a partir da cana-de-açúcar, a exemplo do que, segundo ele, tem feito o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Citando palavras atribuídas ao ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o senador afirmou que a campanha contra o etanol brasileiro foi desencadeada por agricultores europeus e por organizações não-governamentais financiadas por empresas petrolíferas - grupos que se veriam ameaçados pelo biocombustível produzido no Brasil.
João Durval disse que a elaboração de etanol a partir da cana-de-açúcar não prejudica a produção de alimentos. Segundo ele, a produtividade do etanol brasileiro é três vezes superior à do álcool feito a partir de cereais como o milho - o biocombustível mais comum nos Estados Unidos - e lembrou que os custos de produção também são menores.Outra vantagem, de acordo com o senador, é que o etanol de cana-de-açúcar libera menos gás carbônico na atmosfera, quando comparado aos combustíveis fósseis e ao etanol de milho.
O senador, no entanto, disse que é preciso fiscalizar melhor as condições de trabalho nos canaviais e minimizar os impactos ambientais da atividade.
- Se aproveitarmos bem essa oportunidade, o Brasil poderá acelerar seu ingresso no concerto das nações desenvolvidas, contribuir para diversificar as matrizes de produção e, ainda, reduzir a escassez de alimentos que flagela milhões em todos os continentes - concluiu.
(Por Moisés de Oliveira Nazário, Agência Senado, 14/07/2008)