O senador João Pedro (PT-AM) voltou a defender, durante reunião do Parlamento Amazônico (Parlamaz), o projeto de lei de sua autoria que cria a Universidade Pan-Amazônica. Ele declarou, nesta segunda-feira (14/07), que a instituição seria "um instrumento de defesa da Amazônia por meio do conhecimento".
- Mas a criação dessa universidade passa pelo fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) - ressaltou o senador.
De acordo com o projeto (PLS 662/07), a instituição teria sede em Manaus e atenderia a estudantes provenientes dos oitos países que compõem a OTCA - os mesmos que fazem parte do Parlamento Amazônico: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A proposta prevê ainda que a universidade seja mantida pelo governo federal brasileiro, mas podendo receber "aportes financeiros dos países da OTCA e de outras fontes, segundo seu estatuto".
Terras indígenas
João Pedro também voltou a defender a demarcação de terras indígenas, em Roraima, da forma como havia sido definida pelo governo federal. A situação dos povos indígenas na Amazônia foi um dos temas da reunião do Parlamaz nesta segunda-feira (14/07).
Ao se referir à polêmica sobre a terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, o senador pelo Amazonas informou que haveria cerca de 19 mil índios no local, provenientes de cinco etnias. O conflito, que está sendo examinado pelo Supremo Tribunal Federal, envolve a presença de produtores de arroz que são contra a forma como o governo estabeleceu a demarcação nessa terra indígena.
Sustentabilidade
Ao discursar na reunião do Parlamaz, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) argumentou que somente a implementação de políticas voltadas para os "povos da floresta" permitirá que o desenvolvimento econômico da região ocorra com "sustentabilidade ambiental".
- Não conseguiremos manter uma árvore em pé com um ser humano miserável e empobrecido embaixo dela. Se for assim, a árvore cairá - afirmou ela.
O encontro do Parlamento Amazônico (Parlamaz), que está sendo realizado em Brasília e conta com a presença de deputados e senadores de países que possuem parte de seus territórios na região amazônica, estende-se até quarta-feira (16/07).
(Por Ricardo Koiti Koshimizu, Agência Senado, 14/07/2008)