A MÍDIA POR TRÁS DA ÁGUA
2002-02-18
O presidente da Corsan, engenheiro Dieter Wartchow, resumiu em duas as estratégias do setor privado para sustentar o seu discurso de gestão privada da água. A primeira delas é a mercantilização, que leva ao crescimento do setor de produção de água mineral, com o discurso de que esse tipo de água tem qualidade superior ao da água tratada por companhias de saneamento públicas, como Sabesp (paulista) e Corsan (gaúcha). -Por conta desse discurso, 25% da população de baixa renda bebem mais água mineral em relação à população de alta renda. E isso que a água mineral é, geralmente, mil vezes mais cara do que a água tratada, disse. A segunda estratégia é a integração oligopolista, que se configuraria num mercado de serviços de água controlado por poucas empresas. -Inclusive a grande mídia está cada vez mais por trás disto. A General des Eaux (empresa de água da França com grande interesse no sistema brasileiro de saneamento e abastecimento) está comprando uma empresa de comunicação para lhe dar suporte, acrescentou o engenheiro. Para ele, ótica que está sendo trabalhada para o setor de água é a o do Estado mínimo, que retira do Estado a maior parte das responsabilidades pelos serviços de água, restando apenas a ele as atividades de fiscalização e regulação. -Sabemos que em outros países existem subsídios à despoluição e ao tratamento da água, não é necessária a privatização, defendeu.