A Câmara Municipal da Capital reuniu, na manhã de sexta-feira (11/07), diversos segmentos envolvidos com a fabricação e utilização de embalagens para discutir o formato do seminário que debaterá projeto que tramita no legislativo sobre o uso de sacolas e sacos plásticos no comércio de Porto Alegre. O evento está confirmado para 8 de agosto, durante todo o dia, no Plenário Otávio Rocha.
De autoria dos vereadores Maristela Maffei (PCdoB) e Bernardino Vendruscolo (PMDB), com substitutivo de Adeli Sell (PT), a proposta prevê a obrigatoriedade dos estabelecimentos comerciais utilizaram embalagens oriundas de fontes renováveis ou recicláveis para o acondicionamento de mercadorias ao consumidor.
O presidente do Legislativo, Sebastião Melo (PMDB), elogiou a iniciativa dos autores do projeto, destacando que, mesmo estando pronto para ser votado, os vereadores decidiram ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos para, se for necessário, incluir sugestões à proposta. Disse ainda, que o seminário não é terminativo, devendo as discussões prosseguirem.
Vendruscolo disse que a questão vem sendo tratada com grandeza para que haja uma discussão que possa agregar contribuições. Maristela Maffei também salientou a importância de um debate plural com a participação de todos os segmentos interessados para que sejam expostos os diversos pontos de vista e suas alternativas.
Soluções
O diretor da Braskem, João Ruy Dornelles Freire, observou que o seminário deverá apontar a melhor opção sustentável economicamente e que respeite o desenvolvimento social. Disse que é preciso ter cuidado com o impacto ambiental que pode ser ocasionado com a utilização, sem critério, dos produtos oxi-biodegradáveis.
O gerente-executivo da Associação Gaúcha de Supermercados, Francisco Miguel Schmidt, destacou a iniciativa da Câmara Municipal, lembrando que o mundo inteiro vem discutindo o destino dos resíduos sólidos em busca de soluções e alternativas. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Plásticas, Luiz Hartmann, disse que faltam esclarecimentos. Para ele, o consumidor precisa ser ouvido para que diga ele aponte a embalagem mais adequada.
O diretor do Sindicato de Papéis, Antônio Barbosa, disse que nas décadas de 60, 70 e 80, as embalagens de papel prevaleciam. Depois, houve uma redução expressiva, mas garantiu que o setor tem condições de suprir o mercado.
Participaram da reunião a Associação Gaúcha de Supermercados, Sindicato das Indústrias de Plástico, Sindicato das Indústrias de Papel, Braskem, DMLU, Uniritter, Ufrgs, Metroplan. Além dos participantes da reunião, a comissão organizadora do seminário pretende ter, para o encontro de agosto, a presença de representantes dos consumidores, das indústrias têxteis, da Smam, Fepam e Ministério Público. O encontro de sexta-feira foi realizado no salão Nobre da Presidência da CMPA.
(Por Vítor Bley de Moraes, Ascom CMPA, 11/07/2008)