As diferentes bases de dados utilizadas para trabalho com gestão ambiental, em geral, e gestão de recursos hídricos, em particular, impede que se faça um trabalho mais focado na área de gerenciamento de bacias hidrográficas. A avaliação é do diretor do Departamento de Recursos Hídricos (DRH) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema/RS), Volney Zenardi, que integrou painel no encontro preparatório Rio+10, realizado poucos dias antes do 2º Fórum Social Mundial. Segundo ele, o modelo corrente de gestão, baseado em controle, fiscalização e multa, não atende às necessidades de sustentabilidade em longo prazo. Atualmente, o instrumento normativo mais importante é a outorga do uso da água, que obedece à hierarquia por setores de atividade - agricultura (em primeiro plano), indústria (em segundo) e lazer (por último). Outra dificuldade no trabalho de gestão dos recursos hídricos, inclusive no plano nacional, é a falta de sincronia entre políticas de saneamento e de geração de energia. -O setor de geração de energia parece hegemônico em relação ao de tratamento de água, ressaltou Zenardi. No que diz respeito à descentralização, ele acredita que o conflito ocorre porque municípios, Estados e União querem tomar para si a parte boa e deixar a parte ruim, mais cara e difícil, para outras esferas. O diretor do DRH acrescentou que os comitês são os fóruns ideais de representatividade num modelo de gestão democrático, e não as ONGs, pois estas não representam exatamente a totalidade das categorias de uso das águas.