A população de organismos marítimos com esqueletos feitos de carbonato de cálcio, tais como corais e moluscos, depende da seleção natural derivada das extinções maciças destas espécies e não, como se pensava, de mudanças na composição química da água, segundo a revista Nature Geoscience.
O estudo, dirigido por Wolfgang Kiessling, catedrático de Paleontologia da Humboldt University de Berlim (Alemanha), partiu da análise de uma base de dados paleontológicos para averiguar a causa do aumento e da diminuição de organismos marítimos que possuem carbonato de cálcio ao longo dos últimos 500 milhões de anos.
O resultado obtido pelos pesquisadores demonstra que o futuro e o destino evolutivos destes organismos está vinculado às extinções maciças e posteriores recuperações seletivas das espécies em questão. Por sua vez, o estudo desmente a tese que prevalecia até o momento, que atribuía as mudanças evolutivas e de população destes organismos às alterações periódicas na composição química de água oceânica.
Segundo a tese desmentida, esta variável determinava que a composição química da água era a responsável pela diminuição do número de organismos marítimos que tinham esqueleto feito de calcita ou aragonito, dois variantes do carbonato de cálcio.
(Estadão Online, AmbienteBrasil, 12/07/2008)