Um programa das Nações Unidas destinado a combater a mudança climática concedeu subsídios para a construção de centrais elétricas na Índia e na China que emitem gases responsáveis pelo aquecimento global. A informação foi publicada nesta sexta-feira pelo "The Wall Street Journal". O jornal afirma que o programa outorgou ajudas a 13 centrais de gás natural, e estuda fazê-lo também com outras que consomem carvão mineral que, assim como o petróleo, produz dióxido de carbono.
Em conseqüência, os proprietários das centrais receberam milhões de dólares destinados a fomentar o desenvolvimento de energia solar, turbinas eólicas e outros métodos de produção de energia renovável. Um dos projetos que podem receber assistência da ONU é uma central de carvão de US$ 4 bilhões que a empresa Tata Power deve construir no oeste da Índia, e que, quando entrar em funcionamento, será uma das maiores do mundo, indicou o diário.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) criou este programa de subsídios, chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, na sigla em inglês), após a assinatura do Protocolo de Kyoto, em 1997, para apoiar iniciativas que combatam o aquecimento global, como a preservação de florestas e as energias renováveis.
Os programas CDM aprovados pela ONU permitem a obtenção de Certificados de Redução de Emissões (CER), que são negociáveis no mercado internacional com os países industrializados que devem cortar suas emissões de CO2. Os responsáveis do CDM entrevistados pelo "The Wall Street Journal" justificam os subsídios às centrais com o argumento de que as novas usinas substituem as velhas centrais mais poluentes.
(Efe, Folha Online, 11/07/2008)