'O programa é aberto e pode ser distribuído gratuitamente, para qualquer instituição', disse instituto
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP - Um novo sistema que poderá prever desastres ambientais, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, vai ser apresentado na sexta-feira, 11, na sede do instituto, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O programa de computador será usado para alertar sobre qualquer tipo de desastre ambiental como deslizamento de terra, enchentes, secas, efeitos do aquecimento global e até vazamentos de gás.
"O Sistema de Monitoramento de Desastres Ambientais (Sismadem) permite que dados numéricos da situação do local a ser observado sejam cruzados com previsão do tempo, formatando assim a situação que poderá ser evitada", explica o responsável pelo desenvolvimento do software, Laércio Namikawa. "São modelos numéricos, uma matemática, que faz o cruzamento de informações como quantidade de chuva, por exemplo, com avaliação do solo. Assim poderemos saber se o local poderá sofrer ou não deslizamentos de terra".
Os softwares serão distribuídos gratuitamente às Defesas Civis dos municípios paulistas, e o trabalho começa com a cidade de Cubatão. "O programa é aberto e pode ser distribuído gratuitamente, para qualquer instituição. As informações não estarão disponíveis na internet, mas sim para as entidades interessadas trabalharem com ele".
O Inpe confeccionou o sistema, mas a operação será de responsabilidade de cada instituição. Em Cubatão, onde há um problema geográfico grave detectado pelo IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo) as informações como avaliação do solo, estabilidade de cada área, condições de umidade do solo, serão combinadas com a previsão de chuva para a região diariamente.
"É uma matemática simples, porém é necessário o conhecimento da realidade de cada lugar a ser analisado". A necessidade de se monitorar a serra de Cubatão fez com que o IPT utilizasse o software primeiramente. "Aquela serra de Cubatão, com certeza, um dia vai cair. Ninguém sabe quando, mas sabemos da gravidade, por isso é preciso monitorar".
(Por Simone Menocchi, Agência Estado, Estadão, 10/07/2008)