A Vale, segunda maior mineradora do mundo, negou nesta quinta-feira as acusações de que teria vendido ilegalmente cerca de 9.000 m³ de madeira. Em nota enviada à imprensa, a empresa chamou de "totalmente descabidas" as acusações que levaram o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a multá-la em R$ 5 milhões.
Segundo o Ibama, a Vale havia informado, em inventário, que seria necessário desmatar cerca de 11,7 mil m³ para retirar o minério, mas quando os fiscais chegaram à sede da empresa encontraram apenas 2.200 m³ em toras. Para os fiscais, a diferença entre os dois valores teria sido vendida, o que a Vale não tinha autorização para fazer.
Segundo a Vale, erros técnicos contidos no inventário florestal enviado à Sema (Secretaria de Meio Ambiente do Pará), em 2005, levaram a empresa a superestimar a quantidade de madeira existente. A empresa alega que tinha autorização para retirar 11 mil m³ de madeira, mas só retirou um quarto do autorizado pelo órgão público, ou seja, 2,7 mil m³.
A empresa afirmou ainda que os responsáveis pelo inventário serão "desligados" da empresa e que irá contratar uma empresa independente para rever os inventários realizados na região.
A Vale também negou que não tenha apresentado documentação necessária de uma mina de bauxita em Paragominas (326 km de Belém), no Pará.
"Em 2005, a empresa realizou um inventário para levantamento da vegetação de uma área de 358 hectares no município. O estudo tinha como objetivo subsidiar pedido de autorização de supressão vegetal, à Sema, para início da operação da mina de bauxita de Paragominas. O pedido foi concedido em 1º de setembro de 2006", afirma a nota.
(Folha Online, 10/07/2008)